Aliados, mas pouco!
"Sei que a discussão é sensível, mas ela tem de ser feita"
Estava desesperada. Sem marcação, irrompeu pela clínica psiquiátrica e disparou: “Tenho de falar com alguém. Estou à beira de fazer mal a mim própria e talvez a mais alguém”.
Pouco depois, diante do médico que a deveria acompanhar, caiu num pranto. “Sentei-me, olhei para ele e comecei a chorar. Como é que aquele homem, branco, privilegiado, ia perceber o que se passava no coração de uma mulher negra, atormentada pela culpa de ter deixado o filho entregue ao cuidado de outras pessoas? Sempre que levantava os olhos para ele, as lágrimas recomeçavam a cair em torrente.”
Guardo este testemunho, retirado das páginas do livro “Carta à minha Filha”, de Maya Angelou, na galeria de tesouros literários que me ajudaram e continuam a ajudar a ver melhor e a ver-me melhor.