O fim de semana foi de música —em língua portuguesa— em Cascais. O aprazível Hipódromo Manuel Possolo recebeu o Coala Festival sábado e domingo. Ou seja, já podemos dizer que está aberta a temporada de festivais por aqui.
O público encheu o gramado para conferir as atrações. A organização diz que 10 mil pessoas (por dia) foram ao Coala.
No sábado a cantora Pongo colocou o público para dançar kuduro. Ela fez um show eletrizante e animado. Além de Pongo subiram ao palco Rita Vian, Eu.Clides, BaianaSystem e Jorge Ben Jor.
Durante a apresentação do BaianaSystem até a tradicional roda o público abriu para pular ao som do grupo. Jorge Ben Jor encerrou a noite de sábado com seu som atemporal e dançante.
No domingo a cabo-verdiana Mayra Andrade abriu o cartaz. Ela subiu ao palco às 16h30.
Depois se apresentaram Céu, Rubel, Carminho e Gilberto Gil que encerrou a noite cantando clássicos como “Realce”, “Drão”, o forró “Esperando na Janela”, entre outros sucessos.
No fim do show Gil anunciou para o público —que vibrou— o retorno do festival a Portugal em 2025. O Coala 2025 será nos dias 31 de maio e 1º de junho.
Em sua primeira edição em Portugal, o evento teve ingressos esgotados e, em entrevista a BRASIL JÁ, o fundador e curador do festival, Gabriel Andrade, falou sobre a escolha do cartaz para o público daqui:
“No Brasil o Coala existe há 10 anos e lá é dedicado exclusivamente a música brasileira e para Portugal expandimos a curadoria para música feita em língua portuguesa e aí englobamos Brasil, Portugal e países africanos”, disse Gabriel Andrade.
Perguntei também sobre a estratégia para agradar o público:
“Para chegar num país novo precisávamos chegar com o pé na porta. Chegar grande! Jorge Ben Jor e Gilberto Gil toparam e eles representam muito bem Brasil, Portugal e África ", comemorou Gabriel.
BaianaSystem, Céu e Rubel receberam nossa reportagem. Roberto Barreto idealizador do BaianaSystem falou conosco sobre o show do Coala e a turnê na europa:
“É importante fazer essas turnês no exterior. A gente volta para o Brasil nos entendendo de outra forma”, disse Roberto. O show do Baiana traz personagens com identidade forte e fala sobre afrolatinidade e temas da sociedade.
Sobre as letras da banda, Roberto completa: “Sempre temos músicas anticapitalistas. Essas críticas e essa forma de questionar é uma forma de não desconectar da realidade”.
A cantora Céu, que lançou seu último disco “Novela”, falou sobre seu trabalho:
“Novela” é um enredo que traz essa latinidade dramática e passional que tem a ver com alguns temperos do disco, afinal de contas todo mundo tem sua própria novela (risos). São histórias minhas mas também histórias das pessoas. Em algum lugar a gente se encontra”, diverte-se Céu.
Sobre o álbum, que foi gravado nos Estados Unidos, ela falou do desafio que foi gravar de forma analógica:
“Foi um trabalho analógico, sem computador. Foi muito intenso e desafiador mas revigorante. Como se eu tivesse me reencontrado. Não tem truque e tudo que você sabe você vai dar o melhor para essa gravação. É ao vivo sem margem para erros”, disse Céu, que adora a gastronomia portuguesa e não dispensa polvo à lagareiro e pastel de nata.
Após o show de Céu quem subiu ao palco no domingo foi Rubel. O carioca vibrou por estar vivo. O cantor, que passou por um procedimento cirúrgico em 2023, falou conosco sobre esse momento:
“É maravilhoso estar nos palcos. Esse momento que eu vivi me fez valorizar muito a vida. Quão especial e mágico é”, disse Rubel, que completou 33 anos em abril deste ano. Ele fez uma cirurgia de emergência no coração para reparar o prolapso da válvula mitral.
Rubel participou do último show da cantora Gal Costa, também no Coala, na edição do Brasil em setembro de 2022, em São Paulo. Na ocasião, ele e Tim Bernades cantaram com a baiana. Ele falou sobre esse encontro musical com Gal:
“Eu tive a oportunidade de cantar com ela algumas vezes. A Gal foi uma benção na minha vida. Uma diva, uma deusa. O maior presente que a música me deu”, completou Rubel que está gravando seu quarto disco com previsão de lançamento para 2025.
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