A festa de encerramento do FESTin aconteceu no último sábado (11), em Lisboa, com produções verde e amarelas em destaque. O filme brasileiro "Mais pesado é o céu" foi o grande vencedor da 15ª edição do festival, sendo eleito o melhor longa de ficção e melhor direção.
"De longe toda serra é azul", também do Brasil, recebeu o prêmio de melhor documentário. E o prêmio de curta-metragem foi para a produção angolana “Joia”.
Para a crítica, "Mais pesado que o céu", de Petrus Cariry, é duro, forte e com cara de Brasil. O longa-metragem cearense é um retrato da realidade de uma infinidade de pessoas que lutam diariamente para sobreviver em um país que tenta encontrar seus caminhos.
A organização do festival celebrou a edição 2024 por terem explorado temas como diversidade, imigração, direitos humanos e música, com uma variedade de filmes e de países falantes de português, o que superou o as expectativas dos responsáveis pelo festival.
“A equipe vestiu a camisa 15 (em alusão à 15ª edição do festival) e fizeram tudo o que foi possível para realizar mais um ano do FESTin”, afirmou Adriana Niemeyer, diretora artística e programadora do festival.
“Eu gostaria de agradecer ao público participante, a toda a equipe e dizer que iremos para o Brasil. O FESTin desembarca em Fortaleza, no Ceará”, completou Léa Teixeira, diretora e programadora do FESTin.
Segundo ela, a perspectiva é de que o festival seja realizado na capital cearense em outubro deste ano.
Uma joia angolana
Um dos filmes premiados da noite, “Joia”, de Jonathan Samukange, conta a história verídica de uma jovem angolana num período de grande conflito armado na província de Benguela, no município de Bocoio, e como ela teve que lidar com diversos perigos para reencontrar os pais e irmãs.
Com coragem, determinação, esperança e amor, ela supera o que parecia impossível. No palco, ao receber o prêmio, a produtora-executiva e idealizadora falou sobre o projeto.
“Essa é a história da minha mãe e estou muito feliz por celebrar ela em vida com essa homenagem. É uma história que celebra a mulher e, em especial, a mulher angolana”, disse Micaela Reis, que é atriz e fez sua estreia como escritora e responsável pela produção.
Conheça os vencedores da 15º edição:
Prêmio Pessoa Melhor Filme Ficção: "Mais Pesado é o Ceu", de Petrus Cariry
Menção Honrosa Longa-Metragem: "A Festa do Léo", de Luciana Bezerra e Gustavo Melo
Melhor Filme Longa-Metragem voto do público: "Na Mata dos Medos", de Antômio Borges
Prêmio Pessoa Melhor Realizador de Ficção: Petrus Cariry, com "Mais Pesado é o Céu"
Prêmio Pessoa Melhor Ator: Caco Ciocler, em "As Polacas"
Prêmio Pessoa Melhor Atriz: Cintia Rosa, em "A Festa de Léo"
Prêmio Pessoa Melhor Documentário: "De Longe toda Serra é Azul", de Neto Borges
Menção Honrosa de Documentário: "Rua Aurora – Refúgio de Todos os Mundos", de Camilo Cavalcante
Melhor Documentário voto do público: "Lindo", de Margarida Gramaxo
Prêmio Pessoa Melhor Curta-Metragem: "Joia", de Jonathan Samukange
Menção Honrosa Curta-Metragem: "Bodas de Ouro", de Liza Gomes
Melhor Curta-Metragem voto do público: "Joia", de Jonathan Samukange
Melhor filme Infantil voto do público: "Bonita de Rosto", de Ana Squilanti
Melhor filme Mostra Os Diferentes Sotaques da Lusofonia: "O Afinador de Silêncios", de Mário Patrocínio
Após a premiação, o público assistiu ao longa "Mussum – O Films", dirigido por Silvio Guindane, que é um tributo ao comediante brasileiro.
E no encerramento do FESTin ainda teve coquetel com direito a música dos países falantes de língua portuguesa.
O festival aconteceu de 2 a 12 de maio e o público pôde conferir os filmes nas salas do Cine Turim, no Auditório Liceu Camões, no Cine Incrível e no Fórum Lisboa.
A organização do festival reforçou que o FESTin continuará com a missão de difundir, apoiar e divulgar o cinema, que tem como legado cultural comum a língua portuguesa, atualmente falada por 270 milhões de pessoas, contribuindo para transformar o grupo numa comunidade de cidadãos.
Viva o cinema em português!
Rede Social: @festin_festival
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