Foram 48 anos de ditadura até Portugal se libertar do regime de exceção mais longo da Europa. Este ano, os cinquenta anos da Revolução dos Cravos também são lembrados a nível comunitário e a BRASIL JÁ acompanhou, nesta quarta (17), um dos eventos previstos no Parlamento Europeu.
A solenidade, que fez parte da programação "Abril é mais futuro" —em referência ao 25 de Abril—, ocorreu no Espaço Yehudi Menuhin, com apresentação do renomado fadista português Hélder Moutinho.
Os deputados do Partido Comunista Português (PCP) João Pimenta Lopes e Sandra Pereira organizaram a celebração, da qual participaram jovens de duas escolas do ensino secundário das cidades de Albufeira, no Algarve, e de Amora, no Seixal.
Também estiveram presentes representantes que compõem o The Left —aliança formada por várias legendas europeias à esquerda no Parlamento—, e do Partido Socialista (PS).
Celebrando os cravos
Foi após a revolução de 1974 que o Portugal conseguiu adquirir direitos básicos de acesso à saúde, educação, cultura e esporte, além da possibilidade da formação de partidos políticos, liberdade sindical, direito à greve, à manifestações e o sufrágio universal e direto.
“O 25 de Abril também pôs fim à guerra colonial, reconhecendo o direito à independência conquistada pelos povos irmãos africanos na luta comum contra o fascismo e o colonialismo”, afirmou João Pimenta Lopes (PCP).
Para a deputada Maria Manuel Leitão Marques (PS), apresentar as conquistas de Abril no Parlamento Europeu é reforçar a importância da democracia.
“O 25 de Abril trouxe transformações na nossa economia e, seguramente, uma nova Constituição com direitos, liberdades fundamentais e direitos sociais que até hoje se mantêm e esperamos que sejam mantidos”, disse.
25 de Abril é celebrado no Parlamento Europeu. Crédito: Stefani Costa, BRASIL JÁGiorgos Georgiou, deputado do Chipre pelo Partido Progressista dos Trabalhadores (AKEL), afirmou que a Revolução portuguesa foi um dos mais importantes eventos do século vinte, pois, além das reformas e das conquistas democráticas populares para o povo, carrega também um simbolismo e uma influência internacional.
“O que aconteceu em Portugal gerou um impacto imediato nas mudanças políticas que ocorreram na Grécia e na Espanha com a queda dos regimes fascistas, respectivamente”, completou.
Estas foram as últimas atividades do Parlamento Europeu voltadas ao público antes das eleições europeias, marcadas para o dia 9 de Junho.
As sessões de encerramento das atividades da legislação vigente serão realizadas na cidade de Estrasburgo durante a próxima semana.
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