A foto do ano escolhida pela World Press Photo. Crédito: Mohammed Salem, Agência Reuters, World Press Photo

A foto do ano escolhida pela World Press Photo. Crédito: Mohammed Salem, Agência Reuters, World Press Photo

A história por trás da foto do ano

Imagem retrata mulher palestina abraçada à sobrinha morta após bombardeio israelense em Gaza

18/04/2024 às 16:54 | 2 min de leitura
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O prêmio de fotografia do ano do concurso de fotojornalismo da World Press Photo foi anunciado nesta quinta (18). A imagem vencedora, do fotojornalista Mohammed Salem, é de uma mulher palestina abraçada ao corpo da sobrinha, morta ao lado da mãe e da irmã por um míssel israelense.

Salem, profissional da agência Reuters, estava no necrotério do hospital Nasser, em Gaza, quando fez o registro. A foto é de Inas Abu Maamar, de 36 anos, abraçada ao corpo da sobrinha Saly, de cinco anos, já envolto num lençol branco. 

Horas antes, a casa de Saly foi bombardeada por um míssel israelense em Khan Younis, na Faixa de Gaza.

“O júri ficou profundamente emocionado pela forma como esta imagem evoca uma reflexão emocional em cada espetador. Composta com cuidado e respeito, oferece um vislumbre metafórico e literal sobre uma perda inimaginável”, informou a organização do concurso.

O registro foi feito dias após Mohammed Salem ser pai, o que também deu um contorno dramático ao contexto pessoal em que foi feita a imagem. 

A foto foi feita em meio aos bombardeios de Israel à Faixa de Gaza. O território é atacado de forma contínua desde outubro do ano passado, quando o grupo islâmico Hamas invadiu Israel, matando 1,2 mil pessoas. 

Os ataques israelenses causaram as mortes de mais de trinta mil palestinos —quase a metade crianças, segundo informações do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas— e deixaram outros setenta mil feridos.

A Corte Internacional de Justiça está analisando denúncia levada pela África do Sul apontando que Israel está cometendo um genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Quem é Mohammed Salem

O fotojornalista Mohammed Salem é palestino e trabalha em Gaza. É formado em Mídia pela Universidade de Gaza e trabalha na Reuters desde 2003. 

Embora o foco do seu trabalho seja o conflito na região, Salem também participou de várias coberturas internacionais. Em 2004, ele já havia ganhado um concurso internacional de fotografia na China e, por duas vezes, venceu o prêmio da competição Fotografias Internacionais do Ano, em 2018 e 2023.   

Fotojornalista Mohammed Salem. Crédito: Saleh Salem, divulgação

Outras categorias

Na categoria História do Ano, a vencedora foi a sul-africana Lee-Ann Olwage, com um trabalho em Madagascar, sobre como “uma falta de consciência pública acerca de demência significa que as pessoas que mostram sintomas de perda de memória são muitas vezes estigmatizadas”.

“O júri apreciou como esta história aborda um problema de saúde universal através da lente da família e do cuidado. A seleção de imagens é composta com carinho e ternura e lembra os espetadores do amor e da proximidade necessários num tempo de guerra e agressão a nível mundial”, afirmou a organização do mais importante prêmio de fotojornalismo do mundo.

O fotógrafo venezuelano Alejandro Cegarra conquistou o prémio de melhor projeto de longo prazo com um trabalho sobre migrantes que tentam entrar no México pela fronteira Sul do país.

Já na categoria de Formato Aberto, a vencedora foi a ucraniana Julia Kochetova, com um ‘site’ que “reúne fotojornalismo com um estilo de documentário pessoal de diário que mostra ao mundo como se vive com a guerra enquanto realidade cotidiana”.

Os quatro vencedores hoje divulgados foram escolhidos a partir dos 24 premiados regionais, que foram anunciados no começo deste mês.

As fotografias premiadas vão estar expostas em Amsterdã a partir de sexta até julho, passando por Portugal entre 29 de julho e 18 de agosto, em Portimão.

Com informações da Lusa e World Press Photo

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