A Flórida, onde moram aproximadamente 400 mil brasileiros, enfrenta a chegada iminente do furacão Milton, que foi recentemente reclassificado como categoria 5 —a maior na escala Saffir-Simpson, com ventos de no mínimo 252 quilômetros por hora.
Alimentado pelas águas quentes do golfo do México, pode ser uma das tempestades mais destrutivas a atingir o estado em um século, segundo as autoridades norte-americanas.
A população de brasileiros na região, concentrada principalmente em Orlando e Miami, compõe cerca de 22% dos brasileiros residentes nos Estados Unidos, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O furacão Milton deve atingir a costa oeste da Flórida entre a noite de quarta (9) e quinta (10). As autoridades locais emitiram alertas para que os residentes se preparem ou saiam da região, caso necessário, devido ao risco de inundações e tempestades intensas.
“Toda a península da Flórida está sob alguma forma de vigilância ou alerta”, afirmou o governador Ron DeSantis. O presidente Joe Biden também reforçou o alerta, dizendo que "é uma questão de vida ou morte" que os residentes deixem a região.
Com a Flórida já em estado de emergência, milhares de moradores estão estocando mantimentos, enquanto geradores e outros itens essenciais estão sendo distribuídos.
Filas de carros se formam em diversos pontos da cidade para a coleta de sacos de areia, em uma tentativa de conter as enchentes esperadas.
A comunidade brasileira na Flórida, que representa uma parte significativa da população local, também deve estar atenta às recomendações das autoridades.
Um estudo da World Weather Attribution, a WWA, indica que o aquecimento global aumentou em 10% a intensidade dos ventos e chuvas do furacão Helene, que atingiu a região no final de setembro, resultando em mais de duzentas mortes.
Essas condições extremas, segundo os especialistas, estão tornando furacões como Milton mais frequentes. Antes esperados a cada 130 anos, eventos desse tipo podem agora ocorrer, em média, a cada 53 anos no sudeste dos Estados Unidos.
O aumento das temperaturas nos oceanos, especialmente no Atlântico Norte, vem contribuindo para a rápida intensificação de tempestades como Milton, que se fortaleceu a uma velocidade considerada recorde.
As inundações previstas para a área de Tampa Bay, por exemplo, podem superar em dobro o impacto causado pelo furacão Helene.
Com Agência Lusa
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