O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra o governo de Israel ao retirar o embaixador Frederico Salomão Duque Estrada Meyer do seu posto em Tel Aviv. A ordem foi dada por meio de um decreto publicado nesta quarta-feira (29) no Diário Oficial da União (DOU).
Meyer foi nomeado para exercer o cargo de representante especial do Brasil durante a Conferência do Desarmamento em Genebra (Suíça). O governo brasileiro ainda não indicou um substituto para o representante em Israel. Por enquanto, a embaixada segue sob a liderança do chefe de negócios, Fábio Faria, indicando um possível rebaixamento nas relações entre os dois países.
Em um momento onde aumenta a pressão para que o Brasil rompa suas relações diplomáticas com o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, esse foi o ato mais duro do Itamaraty contra Israel desde o dia 7 de outubro.
A decisão ocorre logo após a ofensiva militar do exército israelense contra um acampamento de refugiados na cidade de Rafah no último domingo (26). O ataque provocou a morte de pelo menos 45 pessoas e deixou mais de duzentas pessoas gravemente feridas, incluindo a carbonização de crianças, mulheres e idosos.
A BRASIL JÁ enviou perguntas ao Itamaraty a respeito da retirada do embaixador do Brasil em Tel Aviv. A resposta será incluída nesta reportagem.
Desrespeito a Corte internacional
Ao bombardear Rafah, Israel desrespeitou a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que já tinha determinado o fim dos ataques israelenses naquela região, exigindo ainda a libertação dos reféns por parte do Hamas.
Em janeiro deste ano, a África do Sul apresentou uma ação no CIJ acusando o Estado de Israel de cometer genocídio contra o povo palestino que reside na Faixa de Gaza. Nesta terça (28), o México também solicitou participação no processo que tramita no Tribunal. O Brasil já havia manifestado apoio à decisão.
Apesar de ser signatário da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, Israel não tem respeitado o acordo.
Desde outubro, o governo de Benjamin Netanyahu já ceifou mais 36 mil vidas na Palestina, incluindo mulheres, crianças, jornalistas e funcionários enviados por organizações não governamentais para prestarem ajuda humanitária na região.
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