Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”. Crédito: Ricardo Stuckert / PR

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”. Crédito: Ricardo Stuckert / PR

O resultado da reunião de Lula com outros líderes para combater o extremismo

Encontro à margem da Assembleia da ONU discutiu medidas para fortalecer a democracia e combater desigualdades

25/09/2024 às 17:10 | 3 min de leitura
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Líderes de treze países se reuniram em Nova York, nest terça (24), para discutir as ameaças à democracia e à liberdade causadas por movimentos extremistas. O encontro foi organizado a convite dos presidentes do Brasil e da Espanha.

Conforme adiantou a BRASIL JÁ na semana passada, as conversas para tirar do papel a reunião começaram em abril deste ano, quando Lula ligou para Sánchez e falou da ideia de um encontro entre líderes de países democráticos à margem da assembleia das Nações Unidas.

O telefonema ocorreu um mês depois de Lula e Sánchez se encontrarem em solo brasileiro. Na ocasião, ambos presidentes reforçaram o alinhamento entre os países e já se falava de uma "aliança pela defesa da democracia". 

Além de Sánchez, na época Lula também conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, que também esteve no Brasil em março deste ano.

No encontro, que se concretizou na Sede das Nações Unidas (ONU), participaram representantes de Barbados, Cabo Verde, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México, Noruega, Quênia, Senegal e Timor Leste, além do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e do secretário-geral adjunto da ONU, Guy Rider. 

Líderes se reuniram para debater ameaças à democracia. Crédito: Ricardo Stuckert / PR


Durante a reunião, os líderes reafirmaram o compromisso com a defesa da democracia e expressaram preocupação com o avanço de grupos que atacam o Estado de Direito, os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Eles destacaram que a polarização, o extremismo e a disseminação de desinformação são problemas globais que enfraquecem o tecido social e alimentam a violência e a instabilidade.

Os sete principais temas discutidos na reunião

1. A democracia pode assumir muitas formas, mas compartilha características comuns, incluindo eleições livres e justas; processo político transparente; separação de poderes e o direito à proteção igualitária sob a lei; imprensa independente e um ecossistema de informação confiável e plural; a oportunidade de organizar e participar plenamente da vida política, econômica e cultural da sociedade; e a proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. 

Esses valores contribuem para sociedades prósperas, inclusivas e pluralistas.

2. A democracia não pode ser imposta. Ela se baseia na vontade livremente expressa do povo de determinar seus próprios sistemas políticos, econômicos, sociais e culturais.

3. Combater a fome e as desigualdades, promover o trabalho decente e melhorar as políticas de bem-estar social são essenciais para fortalecer a democracia.

4. Garantir a igualdade de gênero e a plena participação e liderança das mulheres em todos os aspectos da formulação e tomada de decisões políticas públicas é fundamental para construir democracias inclusivas e resilientes.

5. Racismo, xenofobia, intolerância religiosa e todas as formas de discriminação são incompatíveis com a democracia e constituem ameaças ao pluralismo político e à diversidade.

6. O uso de tecnologias digitais por grupos extremistas para promover discursos de ódio, espalhar desinformação e incitar atos de violência — amplificado pelos avanços na Inteligência Artificial — deve ser combatido em conjunto pelos governos, com o engajamento das empresas de tecnologia e da sociedade civil. Promover a integridade da informação será essencial para garantir o bom funcionamento das democracias.

7. Um ambiente democrático é a ferramenta mais eficaz para enfrentar desafios coletivos e, em particular, para pavimentar o caminho rumo a uma transição justa e ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.


Os líderes reunidos assumiram o compromisso de fortalecer as instituições e processos democráticos e manter uma coordenação permanente para enfrentar os desafios à democracia em seus países e no mundo.

Eles agradeceram ao presidente do Chile pela oferta de sediar uma cúpula em defesa da democracia em Santiago, capital do país, e planejam continuar o diálogo, incluindo a participação de grupos de reflexão e da sociedade civil.

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