Conferência da Diáspora Africana nas Américas. Crédito: Filipe Araujo, MinC

Conferência da Diáspora Africana nas Américas. Crédito: Filipe Araujo, MinC

Reparação histórica e cooperação entre países em debate na Bahia

Lideranças redigem carta à União Africana com foco em reparação histórica e justiça social

04/09/2024 às 06:01 | 2 min de leitura | Dia a Dia
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A Conferência da Diáspora Africana nas Américas terminou no último sábado (31), em Salvador, e reuniu representantes de governos, pesquisadores e lideranças negras com o intuito de buscar formas de intensificar as trocas comerciais, culturais e sociais entre as nações.

O evento encerrou com a apresentação de uma carta de recomendações redigida por membros da sociedade civil e entregue aos representantes da União Africana.

O documento foi estruturado sobre quatro pilares:

. Pan-Africanismo;

. Memória;

. Reconstrução;

. Reparação e Restituição.

Agora, a carta servirá como base para as discussões do 9º Congresso Pan-Africano, marcado para ocorrer de 29 de outubro a 2 de novembro deste ano em Lomé, Togo.

Busca por medidas práticas


O conteúdo da carta registra a importância de medidas práticas para fortalecer as redes globais de diálogos culturais, além de combater o racismo.

São objetivos que também incluem a abordagem dos temas de uma perspectiva das tecnologias digitais.

Entre os assuntos destacados pela sociedade civil estão a promoção de políticas sociais inclusivas que protejam mulheres, idosos, crianças, jovens, pessoas em situação de encarceramento, com deficiência, LGBTQIAP+ e migrantes.

No documento, também consta a necessidade de se criar museus transnacionais e iniciativas culturais para salvaguardar a memória e os conhecimentos ancestrais.

A carta foi entregue a Robert Dussey, ministro das Relações Exteriores, da Integração Africana e dos Togoleses no Exterior, e que também preside um dos comitês da União Africana. 

Após a leitura do documento, Dussey reforçou a relevância da reparação histórica:

"Sem reparação, o ciclo de racismo, intolerância e discriminação continuará. A reparação é uma exigência da história."

O evento contou com a participação de mais de cinquenta delegações internacionais, incluindo ministros e vice-ministros das Relações Exteriores da África e da Diáspora, embaixadores e representantes de organismos internacionais, além de representantes da sociedade civil.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que as histórias do Brasil e das Américas estão profundamente interligadas com a África, e que celebrar esses laços através da Conferência da Diáspora foi um privilégio inestimável.

“Trata-se de mais um passo para a integração regional e o reengajamento com a África, prioridades da política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”

A carta também estará no 9º Congresso Pan-Africano, que abordará o tema "Renovação do Pan-Africanismo e o papel da África na reforma das instituições multilaterais: mobilizar recursos e reinventar-se para agir."

Segundo o chanceler brasileiro, a reforma das instituições globais de governança é uma prioridade da presidência brasileira no G20.

Segundo Mauro Vieira, o apoio dos países africanos e da União Africana, que recentemente se tornou membro do G20 com o suporte do Brasil, é fundamental para avançar em questões de interesse comum aos países em desenvolvimento.

"Manteremos nossos esforços na direção do fortalecimento da parceria com o continente africano, reafirmada em fevereiro, quando o presidente Lula teve a honra de discursar na abertura da Cúpula da União Africana", disse Vieira.

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