Ricciotto Canudo publicou, em 1923, o Manifesto das Sete Artes. Talvez encantado com os traços arquitetônicos e artísticos de Paris, onde morava quando publicou o documento, o crítico de cinema foi definitivo ao classificar como arte: arquitetura, escultura, pintura, música, dança, literatura e cinema.
A sétima (cinema), teve a vantagem de sser vista como amálgama de todas as outras artes —e, sim, considerando cenários, design de produção, composição visual, trilha sonora, coreografia e enredo, Canudo estava certo.
Uma das coisas que mais gosto nesta arte, surgida há pouco mais de um século, é a sua capacidade de se autorreferenciar, passando longe do plágio —não se trata disso—, homenageando elementos que, com beleza e profundidade, desenvolve tecnicamente as outras seis artes. É uma das formas de fazer de uma cena um símbolo ou um ícone cinematográfico.
A diretora de “Barbie” (2023) revelou, certa vez, quais os filmes em que se inspirou para desenvolver a premiada produção.
Um exemplo citado por Greta Gerwig foi a reprodução da estrada de tijolos amarelos do clássico “O Mágico de Oz” (1939). Também a abertura do longa volta ao ano de 1968 para o filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”.
Perceber as referências numa obra ajuda o espectador/leitor/ouvinte a encontrar novas camadas de interpretação e pode ajudá-lo a estabelecer uma identificação mais profunda.
Nesta estreia de coluna, proponho uma brincadeira. Trago uma lista de referências que os diretores Andrew Adamson e Vicky Jenson enxertaram no celebrado filme “Shrek”, que está no Prime Vídeo. O sucesso da Dreamworks foi lançado em 2001 e reconta histórias clássicas de contos de fadas.
O seu desafio, leitor, é encontrar outras referências, para além das que indiquei abaixo:
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