Adélia Barros, identificada como a autora das ofensas, foi denunciada pelo órgão por dois crimes de injúria e dois crimes de difamação com publicidade e calúnia por motivações racistas.
O despacho do Ministério Público veio dois anos depois da queixa apresentada pelo casal.
Conforme registrado no documento e reforçado na manifestação dos brasileiros em rede social, o órgão português não considerou que a o crime se enquadra no Artigo 240 do Código Penal do país, que prevê punição para discriminação e incitamento ao ódio.
"Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo", comunica o texto compartilhado pelo casal no Instagram.
Ewbank e Gagliasso acrescentam que "o próximo passo é o julgamento da racista". "Esperamos voltar em breve para contar outra vitória. Porque acreditamos!", afirmaram.
Íntegra do comunicado de Ewbank e Gagliasso:
"Há quase 2 anos, fizemos uma acusação no Ministério Público de Portugal após nossos filhos e um grupo de angolanos serem vítimas de racismo. Racismo é crime e não pode ser banalizado. Inicialmente pedimos que a autora dos crimes fosse enquadrada em crimes previstos no artigo 240 do Código Penal Português que prevê punição para discriminação e incitamento ao ódio e à violência. A denúncia não foi aceita, mas nunca desistimos.
Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo. Entretanto, acreditamos que, se este processo puder conscientizar em questões de combate ao racismo, o mundo poderá, quem sabe um dia, ser mais igualitário. O próximo passo será o julgamento da racista. Esperamos voltar em breve para contar outra vitória. Porque acreditamos!
Agradecemos aos advogados portugueses Rui Patrício, Catarina Martins Morão e Teresa Sousa Nunes que permanecem ao nosso lado para que a justiça reconheça o racismo como um crime – um crime que discrimina, que fere a autoestima e não permite que pessoas negras tenham oportunidades. Um crime que mata em qualquer parte do mundo. E a gente precisa construir uma sociedade que entenda que o racismo não pode ser tolerado, nem em forma de ódio disfarçada de piada.
Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba no seu email o melhor do jornalismo da BRASIL JÁ
Ao se cadastrar você declara que leu e aceitou nossos Termos e Condições
MENSAGEM AOS LEITORES
Jornalismo brasileiro na Europa
Você, leitor, é a força que mantém viva a BRASIL JÁ. Somos uma revista brasileira de jornalismo em Portugal, comprometida com informação de qualidade, diversidade cultural e inclusão.
O assinante da BRASIL JÁ recebe a revista no conforto de casa, acessa conteúdos exclusivos no site e ganha convites para eventos, além de outros presentes. A entrega da edição impressa é para moradas em Portugal, mas nosso conteúdo digital, em língua portuguesa, está disponível para todos.
Ao assinar a BRASIL JÁ, você participa deste esforço pela produção de informação de qualidade e fica por dentro do que acontece de interessante para os brasileiros na Europa e para todos os portugueses que valorizam a conexão das identidades entre os dois povos.