A ponte de palavras da Ar Comunicação

Nos negócios, a comunicação é como o oxigênio: indispensável. Sob esse conceito, nasceu a assessoria de imprensa luso-brasileira Ar Comunicação. À frente da empresa está o casal de jornalistas Rodrigo Stafford e Hérica Marmo. Apaixonados —um pelo outro (claro)— e pela área em que atuam. Os dois buscam, e têm conseguido, construir uma união Brasil-Portugal.

“A gente conseguiu uma coisa que eu considero ser muito difícil: ser referência nessa área da assessoria entre Brasil e Portugal. O que a gente fez aqui não é uma coisa simples de se fazer em pouco tempo, com filho e pandemia no meio da história”, disse Rodrigo.

A história do casal que cruzou o Atlântico para empreender nasceu nos corredores de uma Redação no Rio de Janeiro. Rodrigo foi repórter por dez anos na Cidade Maravilhosa, com passagem pelos jornais Extra e O Dia. Ele guarda com carinho lembranças das coberturas da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Adorava o que fazia”, disse.

Rodrigo e Hérica se conheceram quando os dois estavam no jornal Extra. O casamento saiu em 2012 e, quatro anos mais tarde, em maio de 2016, ambos começaram a pensar na vida além-mar. Pesquisaram possibilidades de lugares para viver, incluindo os Estados Unidos, onde Rodrigo fez um curso
na prestigiada Harvard.

Portugal acabou sendo o destino escolhido depois que o casal lembrou de uma viagem agradável ao país em 2013. Com a decisão tomada, em setembro de 2016 se mudaram. Numa dinâmica que todo imigrante conhece, o casal empacotou a vida e começou uma jornada que já dura quase oito anos.

"Começaram a perguntar para gente sobre assessoria, principalmente de shows. Tinha uma necessidade grande de artistas que queriam se sentir mais bem representados, porque vinham fazer show e quase não saíam na mídia", explicou o jornalista. "Não tínhamos em mente fazer essa transição de carreira para assessoria de imprensa. Cheguei a me inscrever no doutora do, o que foi um devaneio, uma loucura. Mas em seguida minha mulher engravidou”, contou Rodrigo.

Para ele, a notícia de que a família ia crescer foi algo, disse, “quase divino” —mas também traria uma boa dose de sacrifício. Isso porque, quando saíram do Brasil, Hérica e Rodrigo fizeram as contas e definiram que tinham dinheiro para morar em Portugal durante dois anos, enquanto se dedicavam aos estudos.

Depois do período, avaliaram que poderiam continuar por mais tempo. “O serviço de assessoria começou a surgir como uma oportunidade viável e decidimos investir nisso, principalmente porque desde que viemos começaram a vir muitos brasileiros também para Portugal”, acrescentou o jornalista.

A soma de experiências e conhecer a fundo a história dos artistas que vinham para Portugal são os principais diferenciais do casal. “Lulu Santos veio aqui uma vez e perguntaram para a gente: ‘ah, é uma mulher?’. E Lulu Santos é um cara gigantesco no Brasil. Eles [os portugueses] conheciam as músicas por causa das novelas, mas não ligavam o artista à obra.”

A Ar Comunicação saiu do papel em 2019. No ano seguinte, a agenda já estava cheia. Entretanto, a pandemia trouxe insegurança. "Na pandemia parou tudo e depois recomeçamos do zero", lembrou Rodrigo.

Na época, o casal ficou sem nenhum cliente. Todos os eventos foram cancelados e a economia feita no Brasil precisou ser raspada. Mais tarde, com o fim das restrições, a empresa voltou a crescer. Em 2023, a Ar Comunicação registrou um faturamento 10% maior em relação a 2022. A previsão para 2024 é que a companhia cresça mais 15%.

“No balanço do primeiro trimestre, estamos acima disso. A tendência, se tudo der certo, é mais do que 15%. Mas a gente aprendeu com a pandemia que, por mais que a gente planeje, a vida atropela”, disse o empresário.

Desde 2019, a Ar Comunicação foi responsável por assessorar mais de 45 apresentações em Portugal. No portfólio estão grandes nomes da nossa música como Milton Nascimento, Martinho da Vila, Emicida, Criolo, Chico César, Lulu Santos e Jorge Aragão.

Como mantra para o negócio, Rodrigo e Hérica adotam a frase de que “o jornalismo vai ser sempre fundamental”. E em vez da mudança de lado no balcão, como se costuma dizer entre os profissionais da área, o casal prefere enxergar a as sessoria como uma ponte.