A participação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Cúpula da União Africana, na capital da Etiópia, e também em visita ao Egito, tem como objetivo reforçar que o continente africano é uma prioridade do Brasil. É o que o governo brasileiro transmitiu em coletiva de imprensa nesta quarta (7), segundo informações da Agência Lusa.
"Prioridade a África, nesses países ainda pouco explorados", mas com grande potencial e com "vínculos com o Brasil, vínculos históricos e culturais", disse, em coletiva de imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o secretário brasileiro de África e do Oriente Médio, Carlos Duarte.
Em 15 de fevereiro, Lula da Silva será recebido pelo presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, e visitará a sede da Liga Árabe, no Cairo (Egito), num ano em que os dois países celebram aos 100 anos de relações diplomáticas.
"O Egito é um ator importante em todas as questões relativas ao Oriente Médio e teve papel relevante na repatriação de brasileiros que estavam em Gaza", afirmou o diplomata.
Reabertura de rota aérea
A reabertura de rota aérea São Paulo-Cairo e o aumento do fluxo comercial, especialmente em produtos agrários, serão temas abordados, detalhou Carlos Duarte.
O secretário lembrou que o Egito foi um dos países convidados a integrar o grupo BRICS, fundado pela Rússia, China, Índia e Brasil, e a participar nas reuniões do G20, a convite da presidência rotativa brasileira.
Já nos dias 17 e 18 de fevereiro, Lula estará em Adis Abeba para participar na reunião de chefes de Estado e de Governo da União Africana.
No seu discurso, Lula da Silva quer reforçar as convergências que tem com o continente africano, conforme já havia sido revelado pelo presidente no G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.
As prioridades da Presidência brasileira para o mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, em especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula desde que tomou posse como presidente.
À época, o presidente denunciou o déficit de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.
Estão previstas várias reuniões bilaterais na Cúpula Africana, por exemplo com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e com o presidente da Autoridade Palestina.
Nas duas reuniões bilaterais, o conflito em Gaza será tema, disse o diplomata brasileiro, frisando que o país voltará a reforçar e a necessidade que cessem as hostilidades, a imediata libertação dos reféns por parte do Hamas e, ainda, a defesa de um Estado palestino economicamente viável.
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