Família de brasileiros é autorizada a deixar Gaza; mãe e três crianças. Crédito: Arquivo Pessoal

Família de brasileiros é autorizada a deixar Gaza; mãe e três crianças. Crédito: Arquivo Pessoal

Mais quatro brasileiros são autorizados a sair de Gaza; uma mãe e três crianças

Família é composta por mãe e três crianças, de 4, 2 anos e um bebê nascido em dezembro

07/02/2024 às 11:34 | 2 min de leitura
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Os nomes de mais quatro brasileiros foram incluídos na lista de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza, nesta quarta (7). 

Segundo informou à BRASIL JÁ o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, o grupo é composto por uma mãe e três crianças: de 4 e 2 anos e um bebê nascido no último 24 de dezembro, véspera de Natal. 

Eles são binacionais, brasileiros-palestinos, e já constavam em listas anteriores. Entretanto, como a mulher estava grávida, não pôde fazer a viagem antes. Depois do parto, o recém-nascido foi adicionado à listagem.

Segundo o embaixador, a família estava alojada em Rafah, na fronteira com o Egito, numa casa alugada pelo escritório do Brasil em Ramalah. Enquanto estiveram ali, receberam assitência da embaixada, como recursos para alimentos, água e remédios. 

A expectativa é de que a mãe e as crianças deixem a zona de conflito amanhã, quinta (8), e cheguem ao Cairo, capital egípcia. De lá, deverão embarcar em voo comercial para o Brasil.

Mais de 1 500 resgatados

Até 11 de dezembro do ano passado, a Operação Voltando em Paz, do governo brasileiro havia chegado à marca de 1 500 repatriados de Israel e Gaza. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas,em 7 de outubro, foram 11 voos nos quais embarcaram 525 passageiros e 53 animais domésticos.

No início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, passados três meses do início dos conflitos. 

Lula condenou o que classificou ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, quando cerca de 1 300 israelenses foram mortos. Entretanto, o presidente disse que tais atos não justificavam "o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis".

Na ocasião, as ações israelenses já haviam deixado mais de 23 mil mortos, 70% deles mulheres e crianças, além de 7 mil pessoas desaparecidas em Gaza. Os dados são transmitidos à comunidade internacional pelo Ministério da Saúde de Gaza. 

Além disso, mais de 80% da população de cerca de dois milhões de pessoas precisou se deslocar e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estavam (continuam) colapsados. Na avaliação do governo brasileiro, a ação caracteriza punição coletiva.

No encontro com o embaixador palestino, Lula também disse ser favorável à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça requerendo que Israel cessasse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio.

Assim como outros tem defendido, o governo brasileiro defende a solução de dois Estados, com um Estado Palestino "economicamente viável" e que conviva lado a lado com Israel.

Financiamento da UNRWA

O aprofundamento da crise humanitária em Gaza foi agravado ao vir à tona denúncia de que funcionários Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA, sigla em inglês) estariam envolvidos nos ataques de 7 de outubro. 

Em nota, o governo brasileiro disse que "confia em que as investigações, ora em curso, conduzidas pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (OIOS), e que resultaram na demissão de funcionários da agência"

A partir da informação de suposto envolvimento dos funcionários da UNRWA, países como Estados Unidos, Canadá entre outros anunciaram que deixariam de repassar recursos à agência. O Brasil, assim como Espanha e Portugal, por exemplo, se opuseram a esse movimento.

"As referidas denúncias não devem, entretanto, ensejar redução das contribuições imprescindíveis ao funcionamento da UNRWA, em cenário que pode levar ao colapso das atividades da agência, em contexto de grave crise humanitária em Gaza (...). A população civil palestina na região e os esforços de ajuda humanitária têm na UNRWA um ponto de apoio indispensável", afirmou o governo brasileiro.

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