Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da linha de produção do caça Gripen e visita à linha de produção da Embraer (Arquivo). Crédito: Ricardo Stuckert, PR

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da linha de produção do caça Gripen e visita à linha de produção da Embraer (Arquivo). Crédito: Ricardo Stuckert, PR

Comércio de alta tecnologia entre Brasil e Portugal cresce

Diretor do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indica reposicionamento da indústria brasileira no mercado europeu

04/02/2025 às 14:50 | 3 min de leitura | Negócios
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O comércio bilateral entre Brasil e Portugal atingiu um novo patamar em 2024. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil indicam que as trocas comerciais superaram os efeitos da pandemia e passam por uma transformação estrutural.

Há mais produtos industrializados e de alta tecnologia na pauta exportadora brasileira, representando 887 milhões dólares em negócios. 

Nesse cenário, a indústria aeronáutica se destaca. Nas vendas brasileiras para Portugal, peças e equipamentos aeronáuticos fecharam o ano com alta de 24,6%. O fluxo comercial entre Brasil e Portugal total foi de 4,6 bilhões de dólares. 

Assim, o ano se consolidou com aumento recorde de exportações brasileiras de produtos com mais tecnologia. 

“A boa performance do Brasil nesse segmento de alta intensidade tecnológica mostra uma evolução das exportações brasileiras, com maior valor agregado”, afirmou o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin

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O vice-presidente acrescentou que quando as empresas exportam mais, elas também investem mais e ampliam a contratação de mão de obra no país.

Esse resultado da balança comercial vem na esteira da presença da Embraer em Portugal. No ano passado, a empresa brasileira anunciou um investimento de mais 90 milhões de euros para triplicar faturamento da Ogma, empresa que parte (65%) pertence ao Brasil e parte (35%) é de Portugal. 

Os recursos, segundo a Embraer, serão aplicados na linha de montagem de aviões Super Tucano, aeronaves que segundo informou o comunicado da companhia, vão atender às exigências da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. 

Além disso,  Portugal comprou nove cargueiros militares KC-390.

De acordo com Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Estudos do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, o resultado de 4,6 bilhões de dólares em 2024 foi o dobro do registrado em 2019, antes da pandemia. 

Brandão ressaltou que esse foi o terceiro maior fluxo comercial entre os dois países. Na análise dele, isso demonstra não apenas a recuperação econômica do país, mas também um reposicionamento da indústria brasileira no mercado europeu. 

Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Estudos do Comércio Exterior. Crédito: Valter Campanato, Agência Brasil

Na comparação com 2023, o fluxo de Comércio caiu 2,1%; e as exportações, registraram queda de  8,1%, ao mesmo tempo em que as importações aumentaram 19,1%. 

O Brasil continua a ter saldo positivo nas trocas com Portugal e 2024 fechou com superávit de 2,1 bilhões. Isso fez com que Portugal chegassse ao posto de 38º parceiro comercial do Brasil. No entanto, para o diretor do Ministério do Desenvolvimento, o que importa é a tendência de alta do comércio bilateral.

Petróleo predominante, mas há mudanças no horizonte

Ainda sobre as exportações Brasil-Portugal, o petróleo segue predominante, representando 65% dos envios a Portugal. Mesmo assim, já se nota o crescimento de produtos industrializados e, portanto, uma mudança na dinâmica comercial. 

Além da alta tecnologia, outros segmentos registraram forte crescimento, como a madeira trabalhada (91,6%), o café (73,5%), as frutas (18%) e o papel e cartão (16,4%). 

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Segundo Brandão, o setor de alta tecnologia foi o que mais cresceu dentro da indústria de transformação, registrando um aumento de 11% no volume exportado. 

Trata-se de um avanço que, para ele, "reflete o fortalecimento da indústria brasileira e a crescente integração às cadeias produtivas europeias", principalmente no setor aeronáutico.

A cooperação entre empresas portuguesas e a Embraer, disse o diretor, desempenhou um papel fundamental nesse crescimento, demonstrando como a inovação e o desenvolvimento industrial têm impulsionado o comércio bilateral.

Herlon Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Estudos do Comércio Exterior. Crédito: Wilson Dias, Agência Brasil

O que se interpreta no ministério é que essa diversificação demonstra uma maior sofisticação da pauta exportadora brasileira, além de um alinhamento com as demandas do mercado europeu. 

O Brasil está ampliando sua participação com bens industrializados e agregando mais valor à sua pauta de exportações, o que fortalece nossa posição no mercado global.

Em relação às importações, o diretor adianta que o Brasil também tem levado mais bens portugueses, o que reforça a interdependência entre os dois países. O azeite continua sendo o principal produto importado, representando 37% do total das compras brasileiras. 

O faturamento sobre o produto cresceu 30%, impulsionado pela valorização do azeite no mercado internacional, embora o volume físico tenha registrado uma leve queda de 1,1%. 

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