A Academia Portuguesa de Cinema irá eleger, em setembro, que filme vai representar o país na festa do Oscar 2025. Entre os indicados para concorrer a uma estatueta por Portugal está “A Flor do Buriti”, filme rodado numa aldeia indígena no Tocantins, Brasil.
O longa de João Salaviza e Renée Nader Messora acompanha os últimos oitenta anos dos Krahô, na comunidade da aldeia Pedra Branca, que fica no cerrado brasileiro.
Os autores já tinham no currículo “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” (2018), também gravado na Pedra Branca, que narra relatos históricos e conversas com indígenas da comunidade. O filme venceu o prêmio de elenco de 2023, em Cannes.
Completam a lista de indicados à escolha nacional “Manga d’Terra”, “O teu rosto será o último” e “O vento assobiando nas gruas”.
A “A Flor do Buriti” e os outros quatro filmes foram selecionados por um comitê da academia, a partir de trinta longas-metragens de produção nacional consideradas elegíveis, com estreia entre 1º de novembro de 2023 e 30 de setembro deste ano.
Os escolhidos já estrearam em Portugal, exceto “Grand Tour”, de Miguel Gomes, que chegará aos cinemas no próximo mês.
Detalhes das obras
A história de "Grand Tour" segue um romance do início do século 20, com Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia em que ela chega para o casamento.
Miguel Gomes fez um arquivo de viagem pela Ásia, passando por Myanmar (antiga Birmânia), Vietnã, Tailândia e Japão, para traçar o trajeto das personagens, recolhendo imagens e sons contemporâneos para uma longa-metragem de 1918. “
Grand Tour” deu a Miguel Gomes o prêmio de melhor realização este ano no Festival de Cinema de Cannes, na França.
“Manga d’Terra” é a nova incursão do realizador luso-suíço Basil da Cunha no território social da Reboleira, na Amadora, e conta a história de Rosa (Eliana Rosa), uma jovem cabo-verdiana que adora cantar e deixa os filhos no arquipélago africano enquanto tenta a sua sorte em Portugal.
Em junho entrevistamos Eliana na BRASIL JÁ, quando ela nos falou sobre a participação no filme e a vida em Portugal.
“O teu rosto será o último” e “O vento assobiando nas gruas” são duas adaptações literárias de romances de João Ricardo Pedro e Lídia Jorge, respectivamente.
Do romance de João Ricardo Pedro nasceu um filme de Luís Filipe Rocha sobre um jovem, Duarte, que não soube lidar com uma capacidade extraordinária, inata, de tocar piano, e que renegou também pelas circunstâncias familiares em que cresceu.
Com assinatura de Jeanne Waltz, realizadora suíça que vive há muitos anos em Portugal, “O vento assobiando nas gruas” segue Milene, uma jovem mulher que, depois da morte da avó, se depara com uma família de tios que a despreza por causa de um problema de desenvolvimento mental.
À procura de respostas pela morte da avó, Milene ruma às instalações desativadas de uma antiga conserveira, ocupada por uma família cabo-verdiana emigrada, e onde se apaixona por Antonino Mata.
Escolha em setembro
Os cinco filmes foram escolhidos por um comitê composto por produtores, atores, diretores e autores ligados à área. A Academia Portuguesa de Cinema anunciará o filme candidato por Portugal no dia 11 de setembro.
A 97.ª edição do Oscar está marcada para o dia 2 de março de 2025 em Los Angeles, nos Estados Unidos, e os nomeados serão revelados no dia 17 de janeiro.
Pode ser a primeira vez que um filme português seja nomeado. Desde 1980, nunca houve um filme nacional na categoria.
Com informações da Agência Lusa
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