Jovem com celular (Arquivo). Crédito: Valter Campanato, Agência Brasil

Jovem com celular (Arquivo). Crédito: Valter Campanato, Agência Brasil

Denúncias de exploração sexual infantil na internet batem recorde no Brasil

Foram 71.867 queixas em 2023, número 28% superior ao maior resultado anterior, de 2008

06/02/2024 às 15:52 | 2 min de leitura
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As denúncias de conteúdo de abuso e exploração sexual infantil na internet bateram recorde no Brasil, em 2023. Foram 71.867 queixas no ano passado, número 28% superior ao recorde anterior, registrado em 2008 (56.115 denúncias). Em relação a 2022, houve alta de 77,1%. Os dados divulgados nesta terça (6), os maiores da série histórica que começou em 2006, são da organização não governamental (ONG) Safernet.

Segundo a ONG, três fatores principais motivaram o aumento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil: 

- as demissões em massa realizadas pelas big techs, que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas; 

- a proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes; 

- e o uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo.

Recorde de denúncias de outros crimes

As denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil, somadas a outras violações de direitos humanos ou crimes de ódio na internet (xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, apologia a crimes contra a vida, racismo, LGBTfobia, e misoginia) também foram recorde. 

Em 2023, a Safernet recebeu um total de 101.313 queixas, o recorde anterior, registrado em 2008, totalizou 89.247 denúncias.

Entre os crimes de ódio praticados na internet se destacaram as altas, em relação a 2022, de 252,25% das denúncias de xenofobia, e de 29,97% de intolerância religiosa na rede. De acordo com a ONG, o crescimento das queixas desses dois crimes está atrelado à guerra na Faixa de Gaza, na Palestina, no Oriente Médio.

Houve queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022: racismo, que caiu 20,36%; LGBTfobia, - 60,57% e misoginia, - 57,56%. 

Segundo a Safernet, a queda nas denúncias desses tipos de crimes em 2023 já era esperada, uma vez que essas denúncias aumentam em anos eleitorais, comportamento registrado em 2018, 2020 e 2022.

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Com Agência Brasil

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