Comida brasileira em Lisboa. Crédito: O Boteco, Divulgação

Comida brasileira em Lisboa. Crédito: O Boteco, Divulgação

Onde comer em Lisboa? Confira neste guia exclusivo da BRASIL JÁ

Listamos algumas delícias brasileiras por cá —veja ao final da reportagem

20/04/2024 às 09:49 | 4 min de leitura
Jordan Alves
Jordan Alves
jordan@brasilja.pt

Jornalista da BRASIL JÁ

Lisboa consegue reunir sotaques e sabores de todo o mundo. Neste roteiro, vamos percorrer a cidade em busca de restaurantes, botecos e espaços onde é possível aproveitar o melhor da culinária internacional. 

A maioria dos espaços será de chefs brasileiros, mas vamos falar também de sabores que sofreram influência de outros territórios. Minha proposta é apresentar sugestões que vão da alta culinária ao que há de mais popular disponível na capital de Portugal.

O Criolense

Começo pelo restaurante Criolense, aberto há quatro anos. Os sócios Rei Annunciação, Ana Passos e Taís Vieira prometem aos clientes comida afetiva para partilhar. 

“É comida preta contemporânea”, afirmaram à BRASIL JÁ num entardecer de março. 

Rei, um dos cozinheiros, explica: “Quando a gente fala comida preta é porque é a comida da nossa infância, é a comida que as nossas mães pretas faziam para a gente. Nós ser- vimos comida simples, mas num formato diferente, por isso é contemporâneo”.

Rei Annunciação, Ana Passos e Taís Vieira, sócios do Criolense Kitchen Club. Crédito: Renato Velasco

O Criolense fica no bairro da Graça, na zona central de Lisboa. A região por si só é um charme e convida à contemplação da cidade com seus miradou- ros. Também os muros pintados com arte urbana são um atrativo à parte. 

E mesmo para quem está sozinho, o Criolense é um convite ao convívio: na parte interna há mesas e bancos grandes em madeira para reunir grupos maiores e na parte externa há mesas menores para duplas ou trios. 

O ambiente é clean e moderno, composto por lâmpadas direcionais e uma bancada para refeições individuais com vista para a rua e a paisagem. Na playlist da casa, muita música preta — e não só a brasileira. O Criolense nasceu em Nova Iorque, onde Rei vivia.

“Comecei em Nova Iorque com um espaço pequeno, em outro formato, cozinhando em casa para grupos. Na volta ao Brasil, depois, fiz feiras e eventos no Rio de Janeiro. Aqui em Portugal reativei o Criolense a partir da nossa necessidade de empreender e não ficar no mercado, por ser muito abusivo às vezes", explicou Rei. 

Crédito: Criolense Kitchen Club

Rei é de Manguinhos, no subúrbio do Rio de Janeiro. É filho de pai baiano e mãe mineira. 

A fusão da cozinha familiar está presente no cardápio do restaurante, onde é possível encontrar tiras de polenta frita, dadinhos de tapioca, sanduíches e asinhas de frango com tempero apimentado na medida certa. 

O prato é gourmet, mas o sabor é caseiro. Para acompanhar, cerveja (Imperial) em copo menor ou na caneca, limonada, caipirinha e outros drinks.

É Ana Passos a responsável pelo atendimento ao público. Ela que abre o salão e organiza a casa para receber os clientes. “Hoje o nosso maior investimento é a nos- sa força de trabalho”, disse a mineira. 

No verão eles contratam atendentes para dar conta do movimento elevado, explica: “Eu brinco que não sou cozinheira, mas eu sempre amei comer e, em Minas Gerais, a comida é muito diversa”. 

A outra cozinheira, Taís, pensa em um espaço maior para o restaurante: “Nós estamos preparando um outro lugar para receber eventos fechados e grupos. Queremos fazer nossas festas e acredito que no verão já estaremos abertos”.

O Boteco

Na Praça Luís de Camões, no Chiado, fica O Boteco, restaurante do chef Kiko Martins. Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1979 e veio para Portugal aos onze anos. Kiko se formou em gastronomia em Paris e abriu seu primeiro restaurante em 2013, O Talho. 

Depois se seguiram A Cevicheria, O Poke, La dos Manos, Do Kiko e o carioca O Boteco. Lá, o cliente encontra um menu incrementado e elaborado com produtos encontrados na culinária brasileira.

Chef Kiko Martins. Crédito: O Boteco, divulgação

“A tapioca é um ingrediente único no mundo e dela fazemos muitas coisas”, me disse o chef, que apesar de ser carioca tem na gastronomia mineira uma de suas principais referências. 

“Gastronomicamente falando, a comida mineira para mim é muito rica e inconfundível. É a região que mais gosto, mas reconheço a importância de outras regiões do Brasil, como o Norte e o Nordeste”. 

Ele se prepara para em breve abrir mais um restaurante na cidade. 

“Eu sempre tive o sonho de abrir um restaurante brasileiro. Como eu tenho restaurantes dedicados à Ásia, ao México e ao Havaí, então agora virá o dedicado ao Brasil”, prometeu Kiko, sem entregar o nome do novo empreendimento.

Crédito: O Boteco, divulgação

Ao entrar em O Boteco, não vemos nada que lembre um típico boteco brasileiro. O local é decorado com mobiliário sofisticado e confortável e muitas cores vivas na paleta. 

O cardápio tem desde pastel com queijo e pimenta dedo de moça e dadinhos de tapioca com queijo parmesão até a feijoada, com costela de boi e cortes de carnes nobres no carvão. 

Para a sobremesa, bolo de brigadeiro e mousse de chocolate com paçoca e sorvete. Essas são apenas algumas das opções da casa. O prato preferido do chef? Para ele é impossível escolher um, pois escolheria um final de semana regado a pão artesanal, presunto espanhol, muito peixe cru e marisco em geral. 

Já a sua comida afetiva é a da infância, no Rio de Janeiro, preparada por sua mãe: uma lasanha com massa caseira, molhada no leite e camadas de carne moída, queijo e presunto. 

O sucesso é tanto que os quatro filhos de Kiko adoram a lasanha da vovó.

Comida de Santo

Um tradicional restaurante da cidade está em endereço novo. O Comida de Santo se mudou do Príncipe Real para Alcântara, na rua Primeiro de Maio, 98. 

Para a inauguração, neste mês de abril, o novo espaço promete novidades. 

“Teremos o mesmo sabor brasileiro, mas agora com uma nova sala-bar para petiscos e cafés em horários alternativos, não necessaria- mente para as refeições completas, como almoço e jantar. Teremos chás e bolos também”, disse Flor Guerreiro Pinto Coelho, uma das sócias. 

Palaphita

Já o restaurante eco lounge Palaphita, em Cascais, chega na primavera com novidades no cardápio, entre elas versões diferentes para mandioca, açaí, caju e cupuaçu, e pratos com nomes de expressões do Norte do Brasil. 

Nas sobremesas, a novidade é o creme lácteo recheado com doce de amendoim e paçoca que ganhou o nome “Vixe, Maria”, expressão que combina bem com a sensação de experimentar algo realmente saboroso. 

O Palaphita chegou a Portugal vindo da capital carioca e aqui segue com sua filosofia aliada à natureza.

Crédito: Palaphita, divulgação

O que recomendamos

A região da Grande Lisboa está repleta de opções gastronômicas com o sabor brasileiro, passando por sobremesas, salgados e lanches rápidos. 

É possível comer uma coxinha, um pastel de feira e saborear uma fatia de bolo de chocolate e até um brigadeiro. 

Então, se bateu curiosidade, vontade, saudade da comida brasileira ou tudo isso ao mesmo tempo, aqui vai uma lista. Bom apetite!

Refeições

Acarajé da Carol @acarajedacarol

Borogodó @borogodlx

Comida de Santo @restaurantecomidadesanto

Criolense @criolensekitchenclub

Dali Cozinha Surreal @dalicozinha

Dona Beija @donabejalx

Dona Luzia @botecodonaluzia

Fogo de Chão @fogodechaoportugal

O Boteco by Chef Kiko @oboteco.chefkiko

Outbêco @outbeco.pt

Palaphita @palaphita

Sabor Mineiro @gruposabormineiro

Sol Brasil @restaurante_sol_brasil

Lanches

A Coxinharia @acoxinharialx

A Lanchonete @alanchonetept

A Pastelaria @apastelariapt

Feel Rio @feelriolisboa, @feelriocitysquare, @feelriocascais

Oak Berry @oakberrypt

Sobremesas

Carolina Sales @carolinasalescafe

Pepicon @pepiconpatisserielx


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