O Brasil será um agente facilitador das demandas de estudantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa que sofrem com entraves burocráticos em Portugal. É o que afirmou o embaixador Juliano Nascimento, chefe da Missão do Brasil na CPLP, que nesta quarta (20) recebeu em mãos dos alunos estrangeiros uma carta com reivindicações e sugestões para melhorar a vida dos que chegam ao país para estudar.
"Acordamos no nosso diálogo que deveríamos ter um roteiro, um caminho a seguir pra que a gente pudesse encaminhar da melhor maneira, e com o melhor roteiro, essas demandas [dos estudantes]. Como é uma demanda coletiva, e o acolhimento é coletivo —porque a CPLP é um coletivo de países—, o Brasil não poderia se destacar como sendo o baluarte ou estandarte dessas demandas, mas sim ser um direcionador, um intermediário dessa demanda para a coletividade dos países da CPLP", detalhou o embaixador.
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O diplomata acrescentou que levará as solicitações dos estudantes à reunião periódica dos representantes da comunidade, que ocorre na próxima quarta (27). Na ocasião, Nascimento disse que fará a apresentação oficial do tema aos demais representantes da comunidade de países e fará circular a carta com as queixas e propostas dos alunos estrangeiros.
Conforme adiantou a BRASIL JÁ, há vários obstáculos que impedem a obtenção da residência de estudantes em Portugal, o que prejudica estrangeiros de várias nacionalidades, inclusive brasileiros. Há casos em que alunos de países de língua portuguesa —como Angola— não conseguem visto de residência em tempo hábil e, por isso, perdem meses e até o ano de estudo.
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"A Missão Diplomática do Brasil está aberta ao diálogo com a comunidade brasileira, especialmente com a comunidade estudantil, mas nesse caso estamos acolhendo essa proposta, essas demandas, porque é um coletivo que representa muito mais do que apenas os estudantes brasileiros. Quem avançou essa proposta é um coletivo que representa várias nacionalidades de estudantes lusófonos que enfrentam uma serie de dificuldades."
Passado o momento como agente facilitador e, depois que der conhecimento do assunto aos outros países da CPLP, o embaixador afirmou que o próximo passo é que o Brasil seja parte atuante na discussão. Na próxima quarta, Juliano Nascimento disse que incentivará um debate entre os representantes.