25/01/2024 às 14:23
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Uma ação conjunta da ApexBrasil (a agência brasileira de fomento à exportação) e do Sebrae apresentou ao mercado europeu 400 startups brasileiras no segundo semestre do ano passado, durante a Web Summit 2023, em Lisboa. O evento é a maior conferência internacional na área de tecnologia e reúne pessoas e empresas de 160 países. O objetivo é discutir o futuro tecnológico, apresentar soluções de mercado e permitir a possibilidade de negócios.
A BRASIL JÁ percorreu a feira e conversou com brasileiros de algumas das startups presentes no evento. Uma delas foi a Aeroriver, que apresentava um barco voador chamado Volitan. É um produto que, à primeira vista, tem o potencial de impactar o transporte de cargas e de pessoas na região amazônica. A Aeroriver afirma aliar sustentabilidade e inovação.
O protótipo apresentado no evento é impressionante. Comporta dez passageiros, além de dois tripulantes e, segundo a empresa, pode alcançar uma velocidade de 150 quilômetros por hora e uma autonomia de 450 quilômetros. O combustível, por enquanto, é gasolina (produto mais facilmente encontrado na região). Ainda assim, a empresa garante que o barco emite menos CO2 do que os que estão atualmente em operação. A startup planeja, em breve, criar a versão com motor parcialmente elétrico.
Ainda no tema sustentabilidade, outras duas startups chamaram atenção da BRASIL JÁ: a Ourcard, por exemplo, propôs um cartão de material reciclado, no qual se pode concentrar informações pessoais de cada cidadão, ajudando, assim, a diminuir a quantidade de plástico em circulação. A outra foi a Chemical Inovação, que criou um sensor de monitoramento de água em tempo real, mais barato e eficiente que os atuais no mercado. O objetivo é atrair empresas e governos.
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, diz à reportagem que o governo brasileiro vai instalar em Lisboa a Casa Brasil, que pretenderá ser um centro dedicado à promoção da economia, dos produtos e serviços, de startups e da cultura brasileiros. “Portugal será a porta de entrada para as empresas brasileiras na Europa”, afirmou Viana, repetindo a fala de Lula durante sua visita a Lisboa no ano passado. O local vai reunir representações da Apex, do Sebrae, da Fiocruz e da Embratur.
Presidente do Sebrae, Décio Lima afirma que a instituição é referência em empreendedorismo e desempenha papel crucial na promoção da cultura exportadora, facilitando a internacionalização de micro e pequenas empresas. Lima enfatiza a importância de compreender a configuração global, fomentando a integração e a troca de experiências entre países.
Ele dá também conselhos a quem quer atuar internacionalmente: inserir o mercado internacional no planejamento estratégico; avaliar a capacidade de exportação do negócio; escolher produtos ou serviços competitivos; identificar mercados favoráveis; e selecionar a melhor maneira de entrar.
Uma casa brasiliana
Empreendedor baiano, Marco Lessa decidiu morar em Portugal em 2020. Oriundo da área de marketing, ele escolheu o país pela qualidade de vida, pela segurança e pelo respeito à cidadania. Após um período de adaptação, o empresário abriu a Casa Brasiliana — um hub de produtos brasileiros na cidade do Porto.
A ideia é promover diferentes cadeias produtivas do Brasil, como cachaça, biojoias, turismo, moda, artesanato e livros. “Estamos investindo 200 mil euros e vamos buscar parcerias. Já estamos com conversas para abrir unidades da Casa Brasiliana em Lisboa, França e Bélgica”, diz Lessa.
O empresário conta que a pandemia foi um período desafiador, mas que também foi um momento de reflexão e planejamento: “Aprendi a valorizar as coisas simples da vida e a importância de estar perto da família”.
Lessa acredita que a Casa Brasiliana é uma forma de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “Queremos promover o Brasil e os seus produtos no mundo”, conclui.
De Brasília para a Europa
Luís Pereira, um publicitário brasileiro, emigrou para Portugal em 2016. Veio expandir seus negócios. Hoje, administra a filial europeia da agência de publicidade Look and Feel, de Brasília.
Lupi, como é conhecido, conta que sempre quis se conectar com o mundo e que a internacionalização era um passo natural para ele e a empresa. O início foi difícil. Lupi e seus sócios tiveram que trabalhar duro para construir uma base de clientes. Enfrentaram desafios culturais, como a diferença de ritmo de trabalho entre o Brasil e Portugal.
A empresa cresceu, e ele já planeja atender clientes em outros países da Europa.
O jovem de apenas 29 anos acredita que o sucesso se deve à capacidade de se adaptar às necessidades de cada mercado. O publicitário é um exemplo de como a emigração pode ser uma oportunidade para empreendedores brasileiros.
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