Imagens de um soldado do exército israelense gravadas em português passaram a circular nas redes sociais nas últimas semana. O registro chamou atenção principalmente de brasileiros por possivelmente se tratar de um conterrâneo .
O soldado, dentro de um veículo militar, faz uma dedicatória da explosão de um prédio na Faixa de Gaza à namorada. O portal G1 confirmou com fontes do Exército israelense que as imagens são de janeiro deste ano, mas o vídeo só repercutiu recentemente.
O arquivo começou a rodar num perfil privado de uma rede social, mas acabou vazando no Instagram e em grupos no Telegram.
"Fala, amor. Te amo muito. Essa [explisão] aí é para você, hein. Essa aí nenhum cara vai te fazer, explodindo Gaza para você. Vai lá, moleque", afirma o homem.
Na sequência, numa tela, é possível ver uma explosão e prédios já parcialmente destruídos na Faixa de Gaza. O território Palestino é bombardeado de forma ininterrupta há quase 1 ano, depois de ataque do grupo islâmico Hamas, que governa Gaza, a Israel.
Em comunicado, mas sem informar quem é ou se o rapaz é brasileiro, as Forças Armadas Israelenses (IDF, em inglês) confirmaram que o soldado estava em uma operação em Gaza. Também não foi informada a data e se a ação deixou vítimas no local.
O exército afirmou que o soldado foi afastado e que as forças armadas do país seguem agindo para identificar desvios de conduta da tropa. Afirma o IDF que se certifica de que “todas as medidas de comando significativas contra os soldados envolvidos” sejam tomadas.
Procurado pela BRASIL JÁ, o Itamaraty não respondeu às perguntas da reportagem. Por exemplo, tentamos saber se o Ministério das Relações Exteriores teve conhecimento do vídeo e se o homem é, além de israelense, também brasileiro.
Crimes de guerra denunciados pela Anistia
A Anistia Internacional divulgou um comunicado nesta quinta (5) pedindo investigações contra o Exército de Israel. A ONG afirma que o país comete crimes de guerra em Gaza, citando expressamente destruições arbitrárias e castigo coletivo aos cidadãos palestinos em todo o território.
De acordo com a Anistia, entre outubro de 2023, quando começaram os bombardeios, a maio de 2024, imagens de satélite indicam a destruição massiva de 1 a 1,8 quilômetro de largura na Faixa de Gaza.
"Nossa investigação mostra que as forças israelenses destruíram edifícios residenciais, obrigando milhares de famílias a abandonarem seus lares e convertendo os locais em terras inabitáveis", afirma em comunicado Erika Guevaras Rosas, diretora-geral de investigação da Anistia.