A poetisa brasileira Adélia Prado é a vencedora da 36ª edição do Prêmio Camões, a honraria máxima da literatura em língua portuguesa. O anúncio foi feito na tarde desta quarta (26) pelo Ministério da Cultura.
Celebrada como herdeira de Carlos Drummond de Andrade, os organizadores da premiação lembraram palavras que o autor, também brasileiro, escreveu sobre ela: “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…”.
Presidente Marcelo parabeniza Adélia Prado por Prêmio Camões
Segundo o júri, “Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.
O júri desta edição do Prêmio Camões foi constituído pelos professores universitários Clara Rocha (Portugal), Isabel Cristina Mateus (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Cleber Ribas de Almeida (Brasil), Deonísio da Silva (Brasil) e Dionísio Bahule (Moçambique).
Há seis dias, Adélia Prado já havia conquistado o prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das mais tradicionais do Brasil.
De Minas para o mundo
Adélia Prado publicou os seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Em 1975, a escritora ganhou notoriedade quando remeteu para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas.
Impressionado com a sua escrita, enviou os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome "Bagagem", o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.
Em 1976, o livro foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, entre outros.
Mais tarde, em 1978, escreveu O Coração Disparado, com o qual conquistou o Prémio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro. Nos dois anos seguintes, dedicou-se à prosa, com Solte os Cachorros em 1979 e Cacos para um Vitral em 1980.
Adélia Prado volta à poesia em 1981, com Terra de Santa Cruz. Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prémio Jabuti de Literatura, com o livro Coração Disparado, escrito em 1978.
O que é o Prêmio Camões
O Prêmio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o maior prêmio de prestígio da língua portuguesa.
Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.
Já venceram a premiação, por ordem cronológica, os seguintes brasileiros:
João Cabral de Mello Neto (Brasil);
Rachel de Queiroz (Brasil);
Jorge Amado (Brasil);
Antônio Cândido (Brasil);
Autran Dourado (Brasil);
Rubem Fonseca (Brasil);
Lygia Fagundes Telles (Brasil);
João Ubaldo Ribeiro (Brasil);
Ferreira Gullar (Brasil);
Dalton Trevisan (Brasil);
Alberto da Costa e Silva (Brasil);
Radouan Nassar (Brasil);
Chico Buarque (Brasil);
Silviano Santiago (Brasil).