Ana Vulcão apresentando os artistas em noite de sarau no Hotel Mateus em Lisboa. Crédito: Jordan Alves, BRASIL JÁ

Ana Vulcão apresentando os artistas em noite de sarau no Hotel Mateus em Lisboa. Crédito: Jordan Alves, BRASIL JÁ

Ana Vulcão, uma carioca imersa na cena musical portuguesa

Produtora cultural e curadora artística chegou em 2017 a Portugal e, hoje, trabalha com Mayra Andrade e Janeiro

20/12/2024 às 13:06 | 2 min de leitura | Cultura, Diversão e Arte
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Há uma produtora cultural carioca que atua junto a alguns dos artistas mais ouvidos em Portugal na atualidade. Ana Vulcão é o nome da profissional que vive no país desde 2017 e, desde então, batalhou —e conseguiu— espaço na cena musical: dois dos cantores com quem trabalha hoje em dia são a cabo-verdiana Mayra Andrade e o português Janeiro. 

Vulcão não para na produção musical e também é a responsável pela curadoria artística de uma marca de vinhos, cuidando dos talentos que se apresentam nos eventos do grupo empresarial. 

À BRASIL JÁ, ela também se define como poetisa e sonhadora.Há sete anos vivendo em Lisboa, Vulcão é formada em Comunicação e contou ter começado o relacionamento com a música ainda no Rio de Janeiro, quando se aventurava em grupos de percussão.  

Confira trechos da entrevista com Ana Vulcão: 

Como foi o seu começo profissional? 

Eu trabalhava com arte contemporânea. Montava exposições de arte e trabalhei com os maiores artistas brasileiros viajando pelo Brasil, com o Waltercio Caldas, com o Tunga, com o Barrão. Eu montei umas trinta exposições em cinco anos.

E por que Portugal? 

Eu fiz uma tour com uma das bandas residentes do Coletivo Etnohaus que chamava Renascimento, com o cantor Tyaro e o guitarrista Dudu Azevedo. E viemos para a Europa, ficamos dois meses em tour e viemos para Portugal. 

Passamos por Porto e por Lisboa. Quando eu pisei em Lisboa, eu não sei o que aconteceu, porque eu acho que isso é um discurso geral. Eu pisei aqui e falei: 'O que é isso, gente? Eu me vejo morando aqui, que loucura!'. Eu olhava para as casas e falava: 'Tem alguma coisa aqui'. No Porto, eu não senti isso. 

Como está sua vida profissional? 

Para mim, essa trajetória em Portugal está muito interessante porque eu tenho furado umas bolhas. É muito engraçado dizer que eu não imaginei. Na verdade, imaginar, a gente imagina tudo, a gente imagina o mundo, mas concretizar é muito interessante. 

Então, eu tenho conseguido trabalhar com artistas muito legais, muito admiráveis. Eu comecei a trabalhar com a Mayra Andrade e estou muito feliz porque é uma artista que eu sempre admirei. E, às vezes, eu fico pensando que se eu estivesse morando no Brasil, eu não teria essa oportunidade.

Como você se imagina profissionalmente num futuro próximo? 

Isso é muito interessante, essa pergunta. Às vezes eu fico pensando, é que eu acabo por não projetar muito à frente, porque a gente tem que viver aqui nos momentos agora, e as coisas vão acontecendo. 

Entretanto, é ficar cada vez mais conhecida dentro da minha profissão aqui em Portugal, porque é currículo trabalhar com grandes artistas. 

As pessoas começam a dar mais credibilidade para o seu trabalho e isso é uma construção, porque quando eu cheguei aqui ninguém me conhecia. Fui fazendo, mostrando, demonstrando competência, e as coisas foram acontecendo. 

Nos fale sobre seus projetos pessoais. 

Eu também tenho uma veia artística, eu sou poeta, eu tenho um livro lançado, que chamo “Onírica”, com desenhos do Tony Cassanelli, que é um artista italiano. E tenho duas antologias também, das quais faço parte, chama “Volta para a tua terra”, que reúne artistas, poetas e imigrantes. 

Então, eu faço parte desse movimento, e não esquecer que estou também nessa fatia dos imigrantes que estão aqui tentando sobreviver e transformar esse arte, é muito maravilhoso. E quero lançar outros livros, quero performar mais, trabalhar essa coisa da performance teatral. 

Eu me vejo também no meu lado da pintura aperfeiçoando o meu lado artístico e avançando no lado produtora cultural com projetos fortes e significativos.

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