O último relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) posiciona o Brasil no segundo lugar em ranking sobre investimento estrangeiro direto —FDI, na sigla em inglês. Divulgado na terça (30), o documento indica que o país recebeu 64 bilhões de dólares em FDI no ano passado, menos que em 2023, quando os investimentos diretos do exterior chegaram a 73 bilhões de dólares.
Segundo os dados, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos, que somou 341 bilhões de dólares nesse tipo de investimento em 2023. O resultado brasileiro ficou à frente do Canadá, que teve cinquenta bilhões de dólares em FDI, fechando assim o pódio dos três primeiros países.
Por outro lado, a China teve fluxos historicamente baixos e perdeu posições no ranking. Segundo a OCDE, isso se deu num contexto de "tensões geopolíticas contínuas e altas taxas de juro".
Em todo o planeta, o relatório aponta que os fluxos de FDI diminuíram 7% em 2023, passando para 1,364 trilhão de dólares. Afirma a organização que o resultado indica a continuidade de uma "tendência de queda e permanecendo abaixo dos níveis pré-pandemia pelo segundo ano consecutivo". Fora da OCDE, os fluxos recuaram 46%.
Crescimento global é esperado
Apesar da queda em investimentos estrangeiros diretos, novas projeções divulgadas nesta quinta (2) pela organização apontam para um crescimento global de 3,1%, contrastando com os 2,9% calculados em fevereiro. Segundo a OCDE, isso se dá basicamente pelo dinamismo da recuperação nos Estados Unidos. Na zona euro, a expectativa é de avança econômico tímido de 0,7%.
“Há sinais de que as perspetivas globais começaram a melhorar, embora o crescimento continue modesto”, afirma a organização. Para 2025, a recuperação do bloco deve ir a 1,5%, o que também representa uma melhora frente às projeções de fevereiro.
“Os aumentos salariais em mercados de trabalho restritivos e o crescimento dos rendimentos reais, num contexto de queda da inflação, estimularão o consumo privado”, prevê a OCDE.
Para isso, a organização defende uma política orçamental “prudente”, de forma a construir uma “margem de manobra orçamental”, enquanto se assiste a uma gradual flexibilização da “orientação da política monetária à medida que a inflação regressa ao objetivo”.
A OCDE acredita que as tensões geopolíticas continuam a representar um risco para a economia no curto prazo, “especialmente se os conflitos em curso no Oriente Médio se intensificarem e provocarem perturbações nos mercados energéticos e financeiros, acentuando a inflação e desacelerando o crescimento”.
Com informações da OCDE e Lusa