
Lúcia Murat, cineasta brasileira que foi presa e torturada durante a ditadura. Crédito: Michelangelo Princiotta/Agenda Brasil
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Cineasta Lúcia Murat: 'Antigos centros de torturas precisam virar museus'
Cineasta brasileira fala sobre seu legado no cinema e sua relação com a ditadura, a militância e as novas gerações de cineastas
No início de uma tarde fria em Milão, depois de ter conversado por quase duas horas com estudantes do curso de graduação de línguas e literaturas estrangeiras da universidade pública da cidade, a cineasta Lúcia Murat propôs que nos sentássemos numas mesinhas fora do restaurante, porque mesmo com o vento e com o frio do outono no Norte da Itália, não precisaria subir novamente as escadas ou caminhar muito.
Aos 76 anos, ela veio a Milão a convite do festival de cinema brasileiro, a Agenda Brasil, apresentar seu novo longa-metragem “O Mensageiro”, que trata da relação entre uma presa política e um soldado que aceita levar uma mensagem à família dela.
Trata-se de mais uma recuperação histórica do período da ditadura civil-militar brasileira, tema revisitado por ela desde 1989 no documentário-ficção “Que Bom te Ver Viva”.