Meca, cidade sagrada do Islã, onde nasceu o profeta Maomé e da própria fé Crédito: reprodução, wikimedia commons

Meca, cidade sagrada do Islã, onde nasceu o profeta Maomé e da própria fé Crédito: reprodução, wikimedia commons

Islamização de Portugal? O que há de real nesta história

Grupos de extrema-direita desafiam as autoridades portuguesas e insistem em marcha islamofóbica

30/01/2024 às 10:07 | 3 min de leitura | Dia a Dia

Grupos de extrema-direita dizem que há um risco de islamização dos países europeus —e que Portugal, consequentemente, seria um deles. Com base no falso argumento, extremistas anunciaram que pretendem desafiar as autoridades portuguesas —que proibiram o protesto ilegal marcado para o próximo sábado (3)— e dizem que irão fazer uma marcha islamofóbica em Lisboa, antes marcada para ocorrer no Martim Moniz.  

Para entender a realidade do islamismo em Portugal, a BRASIL JÁ foi atrás de dados sobre a presença muçulmana no país. O estudo A Islamofobia e as suas narrativas em Portugal (2019), da pesquisadora Marta Araújo, da Universidade de Coimbra, indica que, em 2011, 0,2% da população que vivia em Portugal se autodeclarava muçulmana. Os dados são do Censo feito naquele ano. 

Na época, o país contava com quase 9 milhões de habitantes, uma população que atualmente passa de 10,3 milhões. Em 2017,  segundo o estudo, a Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) estimou que viviam 50 mil muçulmanos no país. E, mais recentemente, no ano passado, segundo Khalid Jamal, membro-diretor da CIL, o número dobrou.