(Arquivo) Marcelo Rebelo de Sousa intervém durante a cerimónia de entrega do Prêmio Maria de Lourdes Pintasilgo. Crédito: António Pedro Santos/Agência Lusa

(Arquivo) Marcelo Rebelo de Sousa intervém durante a cerimónia de entrega do Prêmio Maria de Lourdes Pintasilgo. Crédito: António Pedro Santos/Agência Lusa

Marcelo: Discurso de ódio contra minorias não desapareceu das sociedades

Presidente pediu mobilização contra todas as formas de racismo, antissemitismo e xenofobia

27/01/2024 às 12:36 | 2 min de leitura
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O presidente da República apelou neste sábado (27) à mobilização dos cidadãos contra todas as formas de racismo, antissemitismo, discriminação, xenofobia e homofobia, realçando que não desapareceu o discurso de ódio contra minorias étnicas ou religiosas.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou este apelo numa mensagem escrita publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

"Nesta data, associando-se às Nações Unidas para assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o Presidente da República presta homenagem às vítimas dos crimes contra a humanidade cometidos na Segunda Guerra Mundial, recordando que o discurso de ódio contra minorias étnicas ou religiosas não desapareceu das nossas sociedades", lê-se no texto.

O chefe de Estado "reforça, por isso, o alerta para que não desmobilizemos do combate a todas as formas de racismo, antissemitismo, discriminação, xenofobia e homofobia, e lutarmos pela solidariedade e fraternidade humanas, ontem como hoje".

Esta mensagem surge numa altura em que grupos de extrema-direita estão a convocar na Internet uma manifestação sob o lema "Contra a islamização da Europa", para 3 de fevereiro, na zona do Martim Moniz, em Lisboa, onde se concentram imigrantes.

Diplomata é lembrado

No texto, Marcelo lembrou do diplomata português Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) como "exemplo de coragem, altruísmo e solidariedade", no ano em que passam sete décadas da sua morte, e considera que "deve continuar a inspirar" os portugueses.

Enquanto cônsul-geral em Bordéus, França, Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de judeus e outros refugiados do regime nazi, em 1940, emitindo vistos à revelia das ordens do Governo de António de Oliveira Salazar, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática, e acabaria por morrer na miséria.

Em janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa representou Portugal no 5.º Fórum Mundial do Holocausto, em Jerusalém, onde expressou "a solidariedade do povo português relativamente aos seis milhões de vítimas" do genocídio nazi.

"Nós não esquecemos, isto não se pode repetir", afirmou na altura.

Em Israel, o presidente da República teve a oportunidade de se encontrar com sobreviventes do Holocausto.

Agência Lusa

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