O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sugeriu a criação de um fundo internacional que levasse grandes poluidores a contribuirem para a recuperação do Rio Grande do Sul, estado do país devastado pelas chuvas.
“Acontece esse desastre do Rio Grande do Sul e, ao invés de ficar lamentando, a gente tem que ir para cima e tentar dizer que nós vamos recuperar o Rio Grande do Sul, que não vão faltar recursos para ajudar o Rio Grande do Sul. E, quem sabe, o Aloísio Mercadante [presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] ou um outro banco qualquer propõe a criação de um fundo internacional para que as pessoas que poluem o planeta deem dinheiro para ajudar a recuperar o Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente brasileiro.
“A recuperação do Rio Grande do Sul é a possibilidade de fazermos a economia crescer mais ainda. Se a natureza está revoltada conosco e ela fez isso, nós temos que tentar dizer para a natureza que nós vamos tentar fazer as coisas certas”, acrescentou.
Lula falava numa reunião com empresários do setor do aço destinada ao anúncio de medidas para o setor, na qual aproveitou para reforçar o apelo ao apoio ao Rio Grande do Sul, estado brasileiro que desde o fim de abril tem sido devastado pelas chuvas.
Os empresários anunciaram 1,8 bilhão de euros em investimentos como contrapartida à decisão do governo brasileiro, tomada em abril, de instituir uma cota para importação de aço e elevar para 25% a alíquota de importação do produto acima dessa cota.
Segundo especialistas consultados pela Lusa, as mudanças climáticas provocadas pela poluição e o aquecimento do planeta têm relação direta com o aumento e a incidência e a intensidade de eventos extremos como o que acontece no sul do Brasil.
O último boletim divulgado pelas autoridades brasileiras aponta que as chuvas já causaram pelo menos 162 mortes na região sul do país. Deste total, 161 mortes foram confirmadas no Rio Grande do Sul e uma morte no estado de Santa Catarina.
No Rio Grande do Sul há mais de 72 mil pessoas alojadas em abrigos públicos por terem perdido as suas casas e outras 581 mil estão desalojadas —a residir com parentes ou amigos— devido às chuvas que afetam todo o estado, e que afetaram pelo menos 2,3 milhões de pessoas que vivem em 464 cidades.
Com a Agência Lusa