Mais de meia centena de serviços de Finanças de todo o país estavam encerrados ao início da manhã devido à reunião geral de trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos.
Convocada pelo sindicato, a reunião geral de trabalhadores de todas as unidades orgânicas da Autoridade Tributária, na qual estão inscritos cerca de 3 000 funcionários do fisco, dura até as 13h, e portanto “é provável que muitos mais serviços de Finanças estejam encerrados até ao final da reunião”.
O encontro precede a greve dos trabalhadores do órgão, agendada para quinta (19) e sexta (20), e manifestação marcada para as 13h de quinta no Largo do Carmo, em Lisboa.
Os trabalhadores do fisco cobram a valorização da carreira, melhores condições de trabalho e a revisão da tabela salarial. A mobilização da categoria, claro, também afeta serviços prestados a imigrantes.
Serviços afetados
O sindicato da categoria afirmou que até as 9h15 desta terça estavam encerrados os serviços de Finanças de Lisboa 1 e 4, Leiria 1, Peniche, Figueiró dos Vinhos, Marco de Canaveses, Vila do Conde, Castanheira de Pera, Espinho, Ílhavo, Óbidos, Sever do Vouga, Anadia, Moita, Cantanhede, Aljezur, Beja e Castro Verde, Serpa, Marinha Grande, Covilhã, Santo Tirso, Cinfães e Seixal 1.
Também foram paralisados o atendimentos nas Finanças de Terras de Bouro, Castro Daire, Almodóvar, Mafra, Monforte, Castelo de Paiva, Alvito, Mondim de Basto, Loures 1, Barreiro, Barcelos, Mora, Aveiro-1, Alijó, Albufeira, Aljezur, Lagoa, Loulé 1, Alvaiázere, Sertã, Marinha Grande, Paredes, Moita, Guimarães, Mangualde, Tomar, Alcobaça, Leiria, Chaves e Golegã.
Na segunda (16), o sindicato já tinha alertado para um eventual encerramento de serviços de Finanças por todo o país e interrupção no atendimento nos portos e aeroportos durante toda manhã.
Crise com o governo
Em declarações à agência Lusae em 15 de outubro, o presidente do sindicato, Gonçalo Rodrigues, afirmou que “o principal motivo de descontentamento é que o governo considera todas as carreiras do Estado muito importantes, mas a Autoridade Tributária, que tem de arranjar recursos para que as outras carreiras possam funcionar, considera que é irrelevante”.
De acordo com Rodrigues, outra das reivindicações dos funcionários do fisco é a revisão da tabela salarial, que o sindicato diz ser “pior do que aquela que tinham em 1999”.
"Para resumir, a Autoridade Tributária bateu no fundo”, afirmou o dirigente sindical, avisando que a greve de quinta e sexta será “apenas a primeira” de várias, se nada mudar.
O sindicato afirma que é a estrutura sindical mais representativa do setor, "com mais de 70% dos trabalhadores de toda a Autoridade nela sindicalizados".
Com a Lusa