03/02/2024 às 19:01
| 2 min de leitura
Publicidade
Aos gritos de Portugal e Salazar, além de xingamentos ao prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, manifestantes de extrema-direita saíram em marcha por ruas da capital neste sábado (3), num protesto de cunho islamofóbico.
Pouco antes das 19h, o grupo deixou a praça Luis de Camões, passando pelo bar A Brasileira, e seguiu rumo à sede da Câmara Municipal de Lisboa, a prefeitura da cidade.
Em vários momentos da marcha o nome do ditador fascista António de Oliveira Salazar foi exaltado pelos manifestantes.
Antes de sair a marcha, a BRASIL JÁ flagrou uma mulher com a camisa do Grupo 1143, organização de extrema-direita, fazendo uma saudação nazista. A mulher usava óculos escuros, camisa preta e calça jeans e tênis branco.
Com a mão direita a mulher segurava uma tocha, que outros manifestantes também empunhavam, e estendia o braço esquerdo no ar repetidas vezes.
A Praça do Município, para onde os nazistas e fascistas se dirigiam, foi esvaziada com truculência pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para que o grupo de extrema-direita conseguisse chegar ao local.
A manobra da força de segurança se deu aproximadamente às 19h20.
Não passarão
Mais cedo, às 16h, um protesto antirracista, também em Lisboa, reuniu aproximadamente 800 pessoas no Largo do Intendente. O ato foi convocado para mobilizar militantes contra o protesto islamofóbico que começaria mais tarde.
Palavras de ordem como "racistas não passarão" e "abaixo Mário Machado" —líder extremista de direita e um dos cabeças da marcha islamofóbica—, foram gritadas pelos manifestantes antirracistas.
À Agência Lusa, António Tonga, membro do coletivo Consciência Negra, disse que o encontro servia para celebrar a diversidade e a multiculturalidade". "Cinquenta anos depois do 25 de Abril, é preciso lutar para afirmar esse 25 de Abril e quais são os valores para a sociedade que nós queremos", disse o ativista.
Tonga também afirmou que o movimento era uma resposta aos grupos fascistas.
"Quando existe uma ameaça, como existe para esta comunidade do Benformoso (artéria do bairro da Mouraria), nós agimos em conformidade. Ou nós permitimos que estas ideologias de ódio, divisoras, continuem a marcar a política ou nós avançamos e fazemos questionamentos", disse.
Jornalismo verdadeiramente brasileiro dedicado aos brasileiros mundo afora
Os assinantes e os leitores da BRASIL JÁ são a força que mantém vivo o único veículo brasileiro de jornalismo profissional na Europa, feito por brasileiros para brasileiros e demais falantes de língua portuguesa.
Em tempos de desinformação e crescimento da xenofobia no continente europeu, a BRASIL JÁse mantém firme, contribuindo para as democracias, o fortalecimento dos direitos humanos e para a promoção da diversidade cultural e de opinião.
Seja você um financiador do nosso trabalho. Assine a BRASIL JÁ.
Ao apoiar a BRASIL JÁ, você contribui para que vozes silenciadas sejam ouvidas, imigrantes tenham acesso pleno à cidadania e diferentes visões de mundo sejam evidenciadas.
Além disso, o assinante da BRASIL JÁ recebe a revista todo mês no conforto de sua casa em Portugal, tem acesso a conteúdos exclusivos no site e convites para eventos, além de outros mimos e presentes.
A entrega da edição impressa é exclusiva para moradas em Portugal, mas o conteúdo digital está disponível em todo o mundo e em língua portuguesa.