Extremistas de direita fazem marcha xenofóbica em Lisboa. Crédito: Stefani Costa, BRASIL JÁ

Extremistas de direita fazem marcha xenofóbica em Lisboa. Crédito: Stefani Costa, BRASIL JÁ

Manifestações nazistas e fascistas em protesto em Lisboa

Extremistas de direita saíram em marcha por ruas da capital gritando o nome do ditador Salazar

03/02/2024 às 19:01

Aos gritos de Portugal e Salazar, além de xingamentos ao prefeito de Lisboa, Carlos Moedas, manifestantes de extrema-direita saíram em marcha por ruas da capital neste sábado (3), num protesto de cunho islamofóbico. 

Pouco antes das 19h, o grupo deixou a praça Luis de Camões, passando pelo bar A Brasileira, e seguiu rumo à sede da Câmara Municipal de Lisboa, a prefeitura da cidade. 

Em vários momentos da marcha o nome do ditador fascista António de Oliveira Salazar foi exaltado pelos manifestantes. 

Antes de sair a marcha, a BRASIL JÁ flagrou uma mulher com a camisa do Grupo 1143, organização de extrema-direita, fazendo uma saudação nazista. A mulher usava óculos escuros, camisa preta e calça jeans e tênis branco. 

Mulher faz saudação nazista durante marcha de extrema-direita em Lisboa. Crédito: Stefani Costa, BRASIL JÁ

Com a mão direita a mulher segurava uma tocha, que outros manifestantes também empunhavam, e estendia o braço esquerdo no ar repetidas vezes.    

A Praça do Município, para onde os nazistas e fascistas se dirigiam, foi esvaziada com truculência pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para que o grupo de extrema-direita conseguisse chegar ao local. 

A manobra da força de segurança se deu aproximadamente às 19h20. 

Não passarão

Mais cedo, às 16h, um protesto antirracista, também em Lisboa, reuniu aproximadamente 800 pessoas no Largo do Intendente. O ato foi convocado para mobilizar militantes contra o protesto islamofóbico que começaria mais tarde. 

Palavras de ordem como "racistas não passarão" e "abaixo Mário Machado" —líder extremista de direita e um dos cabeças da marcha islamofóbica—, foram gritadas pelos manifestantes antirracistas. 

À Agência Lusa, António Tonga, membro do coletivo Consciência Negra, disse que o encontro servia para celebrar a diversidade e a multiculturalidade". "Cinquenta anos depois do 25 de Abril, é preciso lutar para afirmar esse 25 de Abril e quais são os valores para a sociedade que nós queremos", disse o ativista. 

Tonga também afirmou que o movimento era uma resposta aos grupos fascistas.

"Quando existe uma ameaça, como existe para esta comunidade do Benformoso (artéria do bairro da Mouraria), nós agimos em conformidade. Ou nós permitimos que estas ideologias de ódio, divisoras, continuem a marcar a política ou nós avançamos e fazemos questionamentos", disse.

Protesto antirracista no Largo do Intendente. Crédito: Stefani Costa, BRASIL JÁ


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