
Marcelo D2. Crédito: Rodrigo Ladeira, Divulgação
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Marcelo D2 num papo sem filtro com a BRASIL JÁ
Enquanto tomava seu cafezinho no meio da calçada de uma padaria tradicional do Leblon, no Rio de Janeiro, no início de julho, Marcelo Maldonado Gomes Peixoto, mais conhecido como Marcelo D2, dedicou alguns minutos do seu dia para bater um papo sem filtro com a BRASIL JÁ.
Na conversa por chamada de vídeo, ele contou que, ao perceber que estava “cansado de fazer música", foi buscar na ancestralidade inspiração e motivação para criar algo que “voltasse a fazer sentido”.
Daí surgiu o álbum Iboru, um disco que trouxe o que D2 chama de “o novo samba tradicional”, uma mistura de clássicos dos tempos do Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, com as batidas graves propostas pelos grupos de rap nos anos 1970 e que agora estão presentes em gigantes da indústria pop, como Billie Eilish e Taylor Swift.
O batuque dos tambores também define o ritmo da poesia carregada de história, como a da perda de sua mãe, a dona Paulete Peixoto, morta em 2021, ou a da construção da cidade do Rio de Janeiro e a da formação do povo brasileiro.
O cantor aproveitou a presença em Portugal no final de julho para fazer reflexões sobre os casos de xenofobia e de discriminação contra a comunidade brasileira no país, onde afirma nunca ter sofrido racismo. “A ascensão da extrema direita e a disseminação da ideia de massacrar minorias e de faltar com a empatia com as causas [de direitos humanos] são retrocessos para a humanidade”, diz.