O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, tem um objetivo claro: transformar o município fluminense numa ponte estratégica entre o Brasil e Portugal.
Também colunista da BRASIL JÁ, ele detalhou os planos para a sua gestão, que incluem a ampliar a presença de Maricá em Lisboa, capacitar imigrantes brasileiros no mercado de trabalho português e o fortalecer laços históricos e culturais entre as duas nações.
Um dos projetos é a criação da Casa de Maricá em Lisboa. O espaço, disse ele, será um centro cultural e de apoio aos brasileiros residentes em Portugal.
Depois de participar da Feira de Turismo de Madri, na Espanha, Quáqua veio a Portugal, onde conversou com empresários sobre planos de internacionalizar a cidade que governa.
Um dos projetos do prefeito é criar a Casa de Maricá, que segundo detalhou deverá ser um ponto de referência para eventos culturais, exposições e reuniões que promovam a história e a identidade brasileira em terras portuguesas.
Portugal é parte essencial da nossa identidade. Não podemos esquecer nossas raízes e a importância de fortalecer nossos laços com o país que deu origem à nossa nação. A Casa de Maricá será uma expressão disso.
Além de caráter cultural, a iniciativa também visa apoiar a integração dos brasileiros no mercado de trabalho português, oferecendo suporte em questões legais, informações sobre documentação e programas de capacitação.
Capacitação profissional
Um dos pilares da proposta é o treinamento de imigrantes brasileiros que buscam uma vida melhor em Portugal. Para o prefeito, é fundamental preparar a mão de obra brasileira para o mercado de trabalho europeu, em setores como construção civil, gastronomia e tecnologia da informação.
Esses programas de qualificação, acrescentou, serão oferecidos em parceria com instituições portuguesas e brasileiras, com o apoio de organizações como o Sebrae e a ApexBrasil.
“Portugal precisa de juventude e força de trabalho, e o Brasil tem isso de sobra. O que falta é criar uma política estruturada para qualificar nossos compatriotas que decidem atravessar o Atlântico em busca de oportunidades”, disse o prefeito.
Os cursos incluem formações técnicas e treinamentos específicos, além de apoio ao empreendedorismo para brasileiros interessados em abrir seus negócios em Portugal.
“O Brasil é rico em criatividade e competência. Precisamos canalizar esse potencial para que nossos emigrantes se tornem protagonistas no desenvolvimento econômico tanto aqui quanto lá”, completou.
Outro objetivo é facilitar o intercâmbio de estudantes e profissionais entre as duas nações, reforçando vínculos educacionais e acadêmicos.
Apoio à comunidade brasileira
A administração municipal de Maricá também quer tirar do papel uma política de financiamento específica para pequenos empreendedores brasileiros que desejam investir em Portugal.
Para isso, Quaquá citou casos de sucesso de empreendedores de Maricá que expandiram seus negócios no mercado europeu e sugeriu que o governo federal deveria intensificar essas iniciativas.
“Temos um empresariado vibrante, mas que precisa de apoio para crescer. O governo brasileiro deveria atuar mais ativamente para financiar brasileiros no exterior, como fazem outras nações. Precisamos deixar de ser vira-latas e acreditar no nosso potencial.”
Raízes
Na avaliação do prefeito, aproximar Maricá e Portugal é uma oportunidade única de resgatar e valorizar as origens portuguesas do Brasil.
Para ele, num mundo cada vez mais globalizado, é fundamental preservar a história compartilhada entre os dois países.
“A diferença é que Portugal é nosso. Criamos uma ocidentalidade brasileira que é única. Precisamos parar de querer ser norte-americanos e voltar à nossa essência portuguesa”, opinou.
Outra proposta do prefeito é levar adiante iniciativas como feiras culturais e instalar centros de distribuição, além de criar uma cooperação com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
A ideia é que tais feiras ocorram tanto em Maricá quanto em cidades portuguesas. O objetivo é que os eventos sejam uma vitrine para a rica tradição de ambos países, com experiências gastronômicas, artísticas e culturais, dos dois lados do Atlântico.
“Portugal e Brasil compartilham uma história que é nossa base cultural. Com essas feiras, queremos celebrar nossas origens e abrir espaço para o diálogo entre as culturas”, afirmou o prefeito.
Em Maricá, as feiras terão expostos produtos portugueses, como vinhos, azeites e queijos, além de apresentações folclóricas portuguesas. Em Portugal, o evento será vitrine para a produção artesanal e cultural brasileira, com destaque para a culinária, a música e o artesanato de Maricá.
Para tanto, o que se pretende é criar centros de distribuição para viabilizar o fluxo de produtos entre Brasil e Portugal. No Rio de Janeiro, Quaquá mencionou a instalação de um dos centros, contando com colaboração de Eduardo Paes.
“Queremos levar o melhor de Portugal para o Rio, fortalecendo o mercado de produtos lusos e criando uma nova experiência de consumo para os cariocas.”
Em Portugal, outro centro será dedicado à distribuição de produtos brasileiros, especialmente aqueles que venham de Maricá. Os centros funcionarão como hubs logísticos, facilitando o transporte e a comercialização de itens como alimentos, artesanato e bens culturais.
A parceria entre Quaquá e Eduardo Paes é um dos pilares do projeto. Os dois prefeitos, segundo Quaquá, planejam trabalhar juntos para integrar as economias locais e criar um mercado mais dinâmico para produtos portugueses e brasileiros.
Essa colaboração também inclui a realização de eventos conjuntos. “Eduardo é um grande parceiro. Estamos alinhados em nosso compromisso de aproximar o Rio de Janeiro de Portugal e de transformar Maricá em um eixo logístico e cultural essencial nesse processo”, disse Quaquá.
Internacionalização de Maricá
A internacionalização de Maricá também está na prancheta do prefeito. Ele acredita que a cidade pode desempenhar um papel crucial no fortalecimento da relação entre Brasil e Portugal, pensando na localização estratégica do município e infraestrutura.
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