Acusado de incitar violência e ódio contra mulheres, o extremista de direita Mário Machado —líder da marcha xenofóbica ocorrida no último sábado (4)—, será julgado nesta terça (6) no Juízo Criminal de Lisboa. Machado é processado após queixa apresentada pela ativista e professora Renata Cambra, do Movimento Alternativa Socialista (MAS).
A acusação se baseia em mensagens publicadas no X (antigo Twitter) nas quais os perfis Mário Machado e Ricardo Pais incitam a "prostituição forçada", ou seja, esturpo de mulheres de partidos de esquerda, "tipo arrastão", e com o intuito de "motivar as tropas". Renata Cambra é citada expressamente numa das mensagens, na qual é dito que a ativista receberia "tratamento VIP".
Conforme publicado pela revista Visão, o Ministério Público sustenta que "sabiam os arguidos que, com conotação que faziam das referidas mulheres à prostituição ofendiam, como ofenderam, a honra e consideração de todas as militantes dos referidos partidos, e em especial Renata Coutinho de Almeida Cambra, por estas serem membros de partidos que perfilham ideologias políticas de esquerda, mas sobretudo, por serem mulheres".
A princípio, à revista Sábado, Mário Machado publicou um direito de resposta afirmando que as mensagens de ódio se tratavam de "humor". Entretanto, de acordo com a publicação, Machado mudou de versão e afirma não ser dele o perfil @mariomachado777.
À Visão, o advogado que defende Machado, José Manuel Castro, disse que "a acusação é baseada num amontoado de processos que foram trazidos para estes autos, mas sem qualquer relevância para a prova da prática do crime pelo qual o arguido vem acusado". Castro diz que não é possível provar os crimes porque Machado "não é o autor das frases que lhe são imputadas".
O julgamento está marcado para começar às 9h e, segundo apurou a BRASIL JÁ, caso Machado não compareça, a audiência é marcada para o próximo dia 13, com ele presente ou não. Em nota divulgada na segunda (5), o MAS fez um apelo para que a comunidade e sociedade apoiem Renata Cambra, e também denunciem publicamente a disseminação de ódio e violência.
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