Metade dos 24 mil presos em Angola estão detidos de forma preventiva

Quase metade dos quase 24 mil reclusos do sistema penitenciário angolano estão presos preventivamente, segundo declaração nesta terça (12) do ministro do Interior do país, Eugénio Laborinho. 

A estimativa do representante do governo é de que a superlotação nas cadeias chegue a mais de três mil pessoas. 

O ministro discursou hoje ao inaugurar a cadeia de Cassosso, no Waco Kungo, província do Cuanza Sul, e disse que o Executivo angolano quer aumentar a capacidade das prisões e transformar os estabelecimentos penitenciários “em locais mais dignos e humanizados”.

Atualmente, há cerca de 24 mil reclusos nas 41 cadeias angolanas. Doze mil dos cumprem sentença, ou seja, foram condenados e os restante está detido preventivamente —aguardando julgamento. 

Nos próximos meses, o que se espera é que sejam inauguradas mais quatro prisões: no Moxico, em Cabinda, no Bié e na Huíla.

A infraestrutura hoje inaugurada vai receber 600 reclusos homens e 80 mulheres.

“Estamos conscientes das inúmeras dificuldades sociais, econômicas e financeiras que o país enfrenta, razão pela qual, neste estabelecimento penitenciário, iremos incentivar a aposta no desenvolvimento da produção agrícola e pecuária, a exemplo de outros, com condições climáticas favoráveis e solos férteis”, disse o ministro.

Segundo Laborinho, o objetivo é melhorar a dieta alimentar dos reclusos, garantir a autossuficiência alimentar nas prisões e reduzir a importação de produtos do campo, bem como dos encargos do Estado.

Com a Agência Lusa