Universidade do Minho. Crédito: Universidade do Minho, divulgação

Universidade do Minho. Crédito: Universidade do Minho, divulgação

'Nada foi feito', desabafa brasileira agredida na Universidade do Minho

Instituição de ensino suspendeu por um ano sanção imposta a estudante que socou e chutou Grazielle Tavares

12/04/2024 às 18:45

Um soco na boca e um chute na barriga. Assim foi agredida a brasileira e estudante da Universidade do Minho, Grazielle Tavares. O caso foi há cinco meses e aconteceu dentro da instituição de ensino. 

Grazielle, que cursa um mestrado em Ciências da Comunicação, denunciou à universidade o aluno que a atacou. 

Entretanto, no início deste mês, Grazielle foi surpreendida com decisão do Conselho Disciplinar da universidade de deixar impune o agressor: João Bernardo Mendes

Grazielle Tavares logo após ser agredida

Ao mesmo tempo em que determinou uma sanção prevendo que o agressor fosse suspenso das aulas por um mês, a universidade também anulou —no mesmo despacho— a punição por um ano. Ou seja, não fez nada. 

O documento assinado pelo reitor da instituição, Rui Vieira de Castro, prevê que João Bernardo Mendes pode sofrer de fato a penalização caso sofra uma nova sanção disciplinar. 

A BRASIL JÁ solicitou por email, na quinta (11), um posicionamento da reitoria, mas não houve retorno. 

Frustração 

Para Grazielle, o resultado do procedimento administrativo da universidade, que este ano completa cinquenta anos, é frustrante. 

Além da demora em analisar o caso, a estudante afirmou à BRASIL JÁ que a sanção seguida de suspensão da pena soa "cômico, se não fosse trágico".   

"Nada foi feito, né? Seria cômico se não fosse trágico. Eu lamento muito, muito mesmo, a omissão e o descaso com o que o caso foi tratado em uma universidade em que o número de estudantes imigrantes é expressivo. Ver que nós não somos respeitados é muito difícil, é muito triste", afirmou Grazielle.  

A vítima disse que está tomando todas as providências jurídicas possíveis, e que não vai abrir mão do sonho de concluir o mestrado ou de viver em Portugal. "A vida segue e eu vou em busca de justiça", afirmou.

Estudante admitiu agressão

No mesmo mês da agressão, João Bernardo Mendes admitiu, em entrevista ao Blog do Vicente, do jornal Correio Braziliense, ter socado Grazielle. Ele afirmou ter registrado queixa-crime contra a estudante, invertendo os papéis de vítima e agressor no caso.  

João Bernardo afirmou ao blog que reagiu a uma agressão de Grazielle. Segundo ele, a estudante teria tentado atingi-lo com um guarda-chuva —o que Grazielle nega. Em mensagem ao jornal, ele descreveu como teria se defendido. 

“Ela veio com o guarda chuva no ar, apontado para a minha cabeça. Eu uso óculos. Dei-lhe um pontapé de lado no abdômen com o objetivo de manter a distância e desviar o guarda-chuva. Ela tentou novamente me agredir e dei lhe um murro direto na boca”, afirmou.

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