O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Crédito: Marcelo Camargo, Agência Brasil

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. Crédito: Marcelo Camargo, Agência Brasil

O que se sabe sobre o indicativo de greve da diplomacia brasileira

Em assembleia da categoria, 95% dos servidores presentes votaram a favor de cruzar os braços caso aumento salarial não seja aprovado

14/08/2024 às 12:55 | 2 min de leitura
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Diplomatas brasileiros votaram e aprovaram, na segunda (12), um indicativo de greve. É a primeira vez na história do Itamaraty que uma paralisação do corpo diplomático é considerada. 

Em comunicado divulgado na terça (13), a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical) informou que 95% dos servidores que foram em assembleia geral da entidade votaram a favor de cruzar os braços caso o governo não atenda à reivindicação da categoria. 

O anúncio de possível paralisação ocorre num momento em que o Brasil se prepara para sediar o encontro do G20, em 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O G20 é o grupo de países composto pelas 20 maiores economias do planeta.  

O que motiva a paralisação

"[A decisão pelo indicativo de greve] É uma resposta à contraproposta salarial apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação, que não atendeu às nossas expectativas", afirma a associação, em nota. 

Segundo a ADB Sindical, a contraproposta do governo previa aumentos salariais não lineares, variando de 7,8% para terceiros secretários a 23% para ministros de primeira classe. Subidas que seriam escalonadas entre 2025 e 2026. Isso, no entatno, foi rejeitado pela categoria. 

Afirma a entidade de classe que em outras carreiras públicas os servidores alcançam o topo salarial em pouco mais de dez anos, enquanto os diplomatas levam trina anos para atingir o nível máximo. 

Na nota também se afirma que, com a aposentadoria passando para os 75 anos —e com uma estrutura rígida com vagas limitadas—, "a insatisfação é evidente, especialmente entre os mais jovens que enfrentam poucas perspectivas de crescimento na carreira".

Reajuste ficou aquém do esperado

Nos cálculos da associação, a maioria dos servidores em cargos de terceiro, segundo e primeiro secretário, receberia um reajuste abaixo de 16%, "muito aquém do que a ADB Sindical propôs originalmente: um reajuste linear de 36,9%". 

"Este indicativo de greve reflete nossa insatisfação com a falta de valorização e reconhecimento, justamente em um momento em que o Brasil retoma sua posição na política externa, sediando eventos de grande importância como as cúpulas do G20, do BRICS e a COP-30", informa a nota. 

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