Já está na parede da histórica cafeteria A Brasileira, no Chiado, o quadro da artista do Brasil Isabella Navarro. Ela foi uma das dez artistas que, no ano passado, tiveram obras selecionadas para ficar em exposição no estabelecimento, por onde todos os anos passam milhares de clientes.
Ponto turístico quase que obrigatório para quem visita Lisboa, A Brasileira é conhecida e reconhecida por ter em sua varanda uma estátua do poeta Fernando Pessoa (1888-1935) sentado numa mesa enquanto "observa" os pedestres.
A cafeteria, uma das mais antigas da cidade, fundada em 1905 —que este ano completa 120 anos de história—, além de Pessoa também tem quadros expostos dentro do restaurante, obras que são uma experiência à parte para os clientes diários do estabelecimento.
O empresário Antonio Quaresma, dono do café e que prefere ser chamado de cuidador do local, celebrou a importância do espaço, acrescentando que a relevância do estabelecimento a nível europeu é imensa:
“Hoje é um dia muito importante porque essa é a terceira grande exposição em cem anos. Um dia de muita felicidade para as artes”
Além de Navarro, que batizou a tela agora na parede de "A Brasileira", os outros nove vencedores foram: Catarina Oliveira, Nelson Ferreira, Martim Vilhena, António Faria Costa, Margarida Costa, Catarina Mendes, Filipe Amaral, Sara Conde e Rui Braz.
O anúncio foi feito numa cerimônia no Museu do Design, que foi reinaugurado no ano passado em Lisboa.
Carinho por Portugal
Isabella Navarro vive em Portugal desde 2018. Em entrevista à BRASIL JÁ —a versão completa publicaremos no próximo fim de semana—, a artista contou que seu trabalho é, em resumo, sobre identidade, e que suas raízes estão tanto no Brasil como em Portugal.
"Minha avó materna era portuguesa, de Lisboa. Nasci no Rio de Janeiro, mas cresci muito próxima das referências culturais desse país. Hoje, moro aqui e as paisagens, arquitetura, literatura e arte portuguesas são matéria-prima para minha produção"
A carioca também disse que a avó que mencionou acima adorava o A Brasileira, e que por ser repleto de história e cultura (além da memória afetiva da avó), ela considera o local mágico e cenográfico.
E falando em cafeteria, onde também se vendem doces, a artista revelou ter um fraco pela comida e quitutes portugueses. "São referências da minha infância. Seria injusto escolher apenas uma iguaria", brincou.
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