A tensão na Venezuela foi tema de conversa por telefone entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ao homólogo norte-americano, Lula reiterou a necessidade de publicação das atas da eleição venezuelana. O diálogo ocorreu nesta terça (30).
No último domingo, os venezuelanos foram às urnas para eleger um novo presidente. A disputa se deu entre o representante do chavismo e atual presidente, Nicolás Maduro, e Edmundo González Urrutia. O Conselho Nacional Eleitoral do país deu a vitória a Maduro, afirmando que ele teve 51,2% dos votos, e Urrutia, 44,2%.
Entretanto, Urrutia e a líder da oposição María Corina Machado questionam os resultados porque não foram publicados dados oficiais da apuração. É justamente o que Lula e mais líderes globais esperam que seja feito para reconhecer ou não Maduro como presidente reeleito na Venezuela. Por enquanto, há países que já parabenizaram Nicolás Maduro pela vitória, enquanto outros cobram transparência das informações sobre o pleito.
A Biden, segundo comunicado do governo brasileiro, Lula disse que tem feito um acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio do assessor especial, Celso Amorim, que está em Caracas, a capital venezuelana. Amorim, de acordo com o texto, informou a Lula que esteve com Maduro e González para reforçar o posicionamento do Brasil, que é o de "seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho".
Durante a ligação, Lula reiterou a necessidade de se publicar as atas do processo eleitoral, e Biden concordou.
Outros temas
Os dois presidentes também trataram de assuntos bilaterais e multilaterais, com Biden agradecendo a Lula pelo trabalho conjunto pelo direito dos trabalhadores e parceria do Brasil na transição energética. Joe Biden confirmou que irá à Cúpula do G20, que ocorre em novembro no Rio de Janeiro.
Também na ligação, o presidente norte-americano afirmou que as economias do Brasil e dos Estados Unidos vão bem e que a colaboração entre as nações deve seguir crescendo. Lula aproveitou para convidar Biden para a reunião dos países democráticos contra o extremismo, em setembro, em Nova York.
O presidente brasileiro também cumprimentou Biden pela decisão de desembarcar da corrida eleitoral americana, em novembro. Joe Biden, que até duas semanas atrás era o candidato democrata à reeleição, desistiu de concorrer após pressão de correligionários.
Com a saúde debilitada, o presidente norte-americano saiu da corrida e abriu caminho para a vice-presidente, Kamala Harris, disputar a cadeira na Casa Branca. Pesquisas nos Estados Unidos têm apontado que Harris está ligeiramente à frente de Donald Trump.