Volodymyr Zelensky durante visita à Espanha. Crédito: Governo da Ucrânia, Divulgação

Volodymyr Zelensky durante visita à Espanha. Crédito: Governo da Ucrânia, Divulgação

Visita de Zelensky: em que contexto ocorre a vinda do presidente ucraniano

A convite do presidente da República e do primeiro-ministro, Zelensky vem a Portugal nesta terça para assinar um acordo de apoio militar

28/05/2024 às 05:53

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky visita Portugal nesta terça (28) a convite do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro. 

Segundo informou o governo português, o país firmará compromisso com a "soberania e a integridade territorial da Ucrânia, bem como a manutenção do apoio político, militar, financeiro e humanitário à Kiev".

É a terceira vez que o presidente da Ucrânia manifesta interesse em vir a Portugal após dois encontros adiados, sendo o mais recente revogado no início deste mês por conta da ofensiva do exército russo às fronteiras no nordeste de Kharkiv. 

Em setembro do ano passado, Zelensky já havia cancelado sua vinda ao território português.

Em Lisboa, está prevista a assinatura de um acordo de segurança e cooperação militar semelhante ao que foi realizado nesta segunda (27) na Espanha. 

Durante a coletiva de imprensa em Madri, Zelensky confirmou aos jornalistas que realmente estava “planejando” sua passagem por Portugal. 

A visita do chefe de Estado ucraniano deve terminar com um jantar no Palácio de Belém, no início da noite.

Em abril, durante a sua primeira reunião no Conselho Europeu em Bruxelas, o primeiro-ministro português chegou a declarar que Portugal não acompanharia os anúncios de apoio militar feitos por outros Estados europeus à Ucrânia porque o país não tinha “capacidade” para aumentar a ajuda. 

Segundo Luís Montenegro, o apelo do presidente da Ucrânia por mais sistemas de defesa antiaérea “caiu fundo (impactou) em todos os Estados da União Europeia”, mas que os países que tivessem condições apresentariam suas condições “em um futuro próximo”.

O anúncio do apoio espanhol 

O presidente ucraniano foi recebido em Madri pelo presidente de Governo, Pedro Sánchez, na manhã desta segunda(27). 

O encontro celebrou um acordo bilateral de segurança e apoio militar entre os dois países no valor de 1 bilhão de euros (5,6 bilhões de reais). O objetivo da resolução é ajudar a Ucrânia para que ela possa "reforçar as suas capacidades de defesa perante a ofensiva russa”, disse o presidente espanhol.

Antes de revelar que enviará mais tanques de combate Leopard para Kiev, Pedro Sánchez também reforçou que a Espanha estará ao lado da Ucrânia “pelo tempo que for necessário”. 

Segundo o primeiro-ministro, esse é o décimo acordo desse tipo assinado entre os dois países desde fevereiro de 2022, quando a Rússia avançou pelos territórios ucranianos. Outros países europeus  como a França, Alemanha e Reino Unido também firmaram tratados semelhantes.

Conferência pela paz

Ao ser questionado sobre o não convite à Rússia para participar da conferência pela paz na Ucrânia, agendada para 15 e 16 de junho em Burgenstock (Suíça), Zelensky afirmou que não era possível convidar o país porque o objetivo dos russos seria “apenas destruir a Ucrânia e seguir em frente” na tomada por territórios. 

“Desde as primeiras negociações com a UE, dizemos que não é possível negociar com a Rússia, pois ela não é capaz de cumprir com suas promessas. Nós conseguimos ultrapassar todas as crises e todas as situações que eles trouxeram”, complementou ao recordar que noventa líderes já confirmaram presença na conferência.

O governo brasileiro, através de um comunicado do Itamaraty, informou que o presidente Lula não participará do encontro na Suíça. A China também anunciou que não enviaria nenhum representante.

O que diz a Rússia?

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, já havia declarado em março deste ano que a Rússia não teria obrigação de reconhecer Zelensky como chefe de Estado legítimo da Ucrânia depois que seu mandato chegasse ao fim, o que aconteceu no dia 21 de maio. 

De acordo com a legislação ucraniana, a eleição presidencial deveria ter ocorrido na primavera de 2024. 

Porém, a Constituição daquele país proíbe a realização do pleito sob a lei marcial, que está em vigor desde o início da operação militar russa nos territórios ucranianos. Em fevereiro, o parlamento aprovou em Kiev a extensão da norma por mais 90 dias. 

A porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova declarou que a Rússia não aceitará ataques de países membros da Otan em seu território. 

"Stoltenberg instou os países da Otan a levantarem as restrições aos ataques do regime de Kiev contra alvos em todo o território da Rússia. É importante que todos aqueles que estão sendo chamados para a suposta 'conferência de paz' na Suíça saibam disso", afirmou Zakharova.

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