Publicitário Washington Olivetto. Crédito: Reprodução, Agência UP Brasil, Flickr

Publicitário Washington Olivetto. Crédito: Reprodução, Agência UP Brasil, Flickr

Washington Olivetto, ícone da publicidade do Brasil, morre aos 73 anos

Publicitário estava internado há quatro meses num hospital da Zona Sul do Rio para tratar uma infecção pulmonar

14/10/2024 às 12:08 | 2 min de leitura
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Ícone da publicidade brasileira, Washington Olivetto morreu no domingo (13), aos 73 anos, no Rio de Janeiro. Autor de peças emblemáticas e que passaram a fazer parte do imaginário dos brasileiros, Olivetto estava há quatro meses internado num hospital da Zona Sul do Rio para tratar uma infecção pulmonar. 

Informações divulgadas pela assessoria de imprensa do publicitário indicam que ele morreu por volta das 17h15. Uma pneumonia e um choque séptico provocaram a falência múltipla dos órgãos de Olivetto, cujo corpo será levado de avião, nesta segunda (14), para São Paulo, onde será velado em cerimônia restrita a amigos e familiares. Hora e local não foram divulgados.   

Olivetto é considerado um dos precursores dos chamados comerciais de oportunidade no Brasil, movimento que inciou ainda nos anos 1970. Ele fundou e dirigiu uma das agências publicitárias mais premiadas, a W/Brasil, citada e eternizada na música de Jorge Ben Jor: "Alô, Alô, W/Brasil". Durante cinco décadas de carreira, o homem com uma das mentes mais criativas do Brasil conquistou cinquenta Leões do Festival de Publicidade de Cannes. 

Entre as peças que cunhou e passaram para a História da publicidade brasileira estão a criação do personagem "Garoto Bombril" e a campanha sobre o primeiro sutiã. 

Outro comercial de sucesso foi criado por Olivetto para a Folha de São Paulo, em que ao longo de um minuto um narrador vai contando os feitos positivos do genocida Adolf Hitler sem, no entanto, revelar quem era a pessoa sobre quem tecia elogios. 

O mote da campanha fica explícito na últimas frases da peça: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso, é preciso tomar muito cuidado com a informação do jornal que você recebe" (confira abaixo).

De São Paulo para o mundo

Olivetto tinha descendência italiana e nasceu em 29 de setembro de 1951 na capital paulista, onde foi criado pela mãe, uma dona de casa, e o pai, vendedor de tintas. Com 17 anos, se matriculou e começou a estudar publicidade da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).

Um forte indício de que a carreira de Olivetto seria premiada foi a conquista, ainda no primeiro ano atuando como redator publicitário, do Leão de Bronze do Festival de Cannes, um dos prêmios mais importantes para os profissionais da área. Na época, Olivetto tinha 18 anos. 

Com a carreira em projeção geométrica, Olivetto não terminou o curso, mas o destino na publicidade estava determinado. Na primeira agência em que atuou, com poucos meses de ofício o publicitário criou um comercial para a fábrica de encanamentos e utensílios Deca que ficou conhecido como "O Pingo". 

O comercial mostrava uma torneira pingando água por 21 segundos, até que um locutor anuncia que a Deca está lançando uma torneira com um mecanismo de vedação, e conclui: "Se a sua torneira Deca estiver vazando, é porque você simplesmente esqueceu de fechar".

Com informações do G1, Extra e Folha de São Paulo

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