A onze dias da disputa nas urnas pela presidência do Clube de Regatas do Flamengo, um acordo entre a equipe carioca e o Leixões Sport Club, da cidade de Matosinhos, movimenta os bastidores da corrida eleitoral no rubro-negro, que tem mais de quarenta milhões de torcedores —quatro vezes a população de Portugal.
Em entrevista à BRASIL JÁ, Rodrigo Dunshee, atual vice-presidente jurídico e candidato à presidência do clube, deu detalhes sobre o que chamou de "proposta de cooperação" com a equipe portuguesa, que atualmente está na segunda divisão do futebol do país.
O postulante é um dos três concorrentes com chances reais de vencer as eleições e o único que trata o pacto com o Leixões como uma das prioridades num eventual mandato. Entretanto, atualmente as negociações entre os clubes estão paralisadas.
A proposta consiste em que o Flamengo assuma a gestão integral do Leixões, o que Dunshee avalia ser uma boa oportunidade para internacionalizar a presença do clube na Europa. As tratativas com o SAD do Leixões —um modelo parecido com o de Sociedade Anônima de Futebol no Brasil — avançavam rápido até a administração da equipe portuguesa colocar o pé no freio.
Isso aconteceu depois que Luiz Eduardo Baptista, o BAP, terceiro postulante na corrida pela presidência do Flamengo, afirmou que o acordo com o Leixões é "uma tolice". E mais. No entendimento dele, a internacionalização do clube deve ocorrer por outras vias.
Dunshee, porém, afirmou à reportagem que, caso seja eleito, pretende concluir o contrato e apresentá-lo ao Conselho Deliberativo do Flamengo, que é o órgão com poder para levar adiante a negociação.
O candidato acrescentou que não sabe de qualquer resistência por parte dos torcedores do Leixões ou de membros do Conselho Deliberativo rubro-negro em relação à proposta.
"Pelo contrário, observa-se manifestações positivas na imprensa portuguesa", comentou.
Ao dar mais detalhes sobre o que está em cima da mesa do Flamengo, Dunshee disse que o rubro-negro assumiria receitas e despesas do Leixões por três anos e, no fim desse período, o Flamengo terá a opção de compra do clube português por um valor previamente estabelecido em contrato.
"Quem decidirá a compra ou não do clube —daqui a três anos— será o presidente e o Conselho Deliberativo que estiverem ocupando estes cargos", detalhou.
Ele afirmou que não há relação entre o futuro estádio do Flamengo —que será construído na região portuária do Rio de Janeiro— e o acordo potencial com o Leixões, acrescentando que o estádio terá uma operação financeira separada da do clube.
Como antecipou a BRASIL JÁ, a direção da SAD do Leixões informou ao Flamengo que as negociações sobre a proposta ficariam em suspenso até o resultado da eleição presidencial do clube carioca, prevista para ocorrer no dia 9 do próximo mês.
Fora a a internacionalização, a parceria entre o Leixões e o Flamengo também visa criar uma plataforma para o desenvolvimento de jovens talentos no futebol europeu.
A continuidade do projeto, no entanto, depende do alinhamento das novas lideranças do clube carioca com os objetivos da parceria proposta. Os desdobramentos dessa possível cooperação são seguidos de perto no Brasil e em Portugal.