Vinícius Jr. era o mais cotado para vencer o Bola de Ouro, prêmio anual que em tese é entregue ao melhor jogador da temporada, porém, a honraria foi dada na noite desta segunda (28) ao espanhol Rodri Hernández, do Manchester City. Rodri levou o troféu, mas o protagonismo foi do brasileiro Vini Jr.
As circunstâncias da premiação foram um tanto quanto atípicas. Mais cedo, nesta segunda, o Real Madrid, clube espanhol pelo qual joga Vini, informou que a delegação do time e o atleta não iriam ao evento por terem tido conhecimento com antecedência de que o brasileiro não levaria a premiação.
Não era birra do clube, senão um protesto por entenderem que houve desrespeito na escolha do vencedor do Bola de Ouro. A premiação ocorreu em Paris, mas ninguém do Real Madrid —um dos maiores clubes do mundo— esteve presente.
O Madrid questiona os critérios para a escolha de Rodri, argumentando que outro jogador da equipe, o também espanhol Dani Carvajal, cumpria com os mesmo requisitos para levar o prêmio. Entretanto, a escolha óbvia era Vini Jr.
"Está claro que o Bola de Ouro da Uefa [União das Federações Europeis de Futebol] não respeita o Real Madrid. E o Real Madrid não vai aonde não o respeitam", afirmou em nota à imprensa o clube merengue.
Teorias a respeito do boicote a Vini se espalharam. Parte da mídia especializada afirma que o fato de o atleta ser combativo contra o racismo que sofre contribuiu para que ele ficasse em segundo lugar na premiação.
Jogando na Espanha, o atacante é constantemente alvo de ataques racistas. Alguns agressores foram condenados pelos insultos ao atleta. E Vinícius Jr., assim como o Real Madrid, têm sido enfáticos na busca pela responsabilização dos criminosos.
De qualquer modo, o segundo lugar de Vini no Bola de Ouro é o melhor resultado de um brasileiro nos últimos 17 anos. O atacante conquistou a melhor colocação desde 2007, quando Kaká foi coroado o melhor do mundo do futebol.
Depois de Vini, o terceiro lugar foi para o inglês Jude Bellingham e o lateral Dani Carvajal, ambos também jogadores do Real Madrid que, portanto, não foram à premiação. Passada a entrega do prêmio, Vini publicou no X uma frase emblemática, sem se referir à honraria: "Eu farei 10x se for preciso. Eles não estão preparados".
A Bola de Ouro para a melhor jogadora foi conquistada pelo segundo ano seguido pela espanhola Aitana Bonmatí.
Ela superou no pódio duas companheiras de equipe no Barcelona, a noruguesa Caroline Graham, segunda, e a compatriota Salma Paralluelo, terceira.