31/08/2024 às 07:12
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Sinônimo de luxo e calmaria, Comporta é um refúgio sedutor para dar uma escapadinha no verão. A uma hora de Lisboa, a aldeia hippie-chique combina campo e praia. De um lado, arrozais a perder de vista; do outro, praias de águas cristalinas.
Não à toa, conquistou milionários e celebridades como a cantora Madonna, o estilista Christian Louboutin, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e tantas outras personalidades que buscam sossego e sofisticação à beira-mar.
Localizada na costa Alentejana, no município de Alcácer do Sal, Comporta esbanja charme e autenticidade. Tem público descolado, mas não é um lugar de muita badalação se comparado ao Algarve, por exemplo.
Espaço natural preservado, o vilarejo à beira do Atlântico tem quarenta quilômetros de faixa de areia. Entre os destaques estão a Praia do Carvalhal, a Praia do Pego e a Praia da Comporta, que na estação mais quente do ano ganham pufes coloridos, redes, guarda-sóis, espreguiçadeiras, sunbeds e festas ao pôr do sol.
Além de oferecer duchas, banheiros, estacionamento e serviço dedicado a turistas com mobilidade reduzida, as praias contam com animados beach clubs, como o JNcQUOI Beach Club, concebido pelo arquiteto mundialmente reconhecido, Vincent Van Duysen, e o Sublime Comporta Beach Club, que tem vibe de uma cabana praiana moderna.
Os dois espaços servem coquetéis criativos e pratos tipicamente alentejanos —é quase impossível deixar Comporta sem experimentar as amêijoas à “Bulhão Pato”, sopa de mariscos e filetes de pescada com arroz de tomate.
Mas as praias também são perfeitas para quem gosta de praticar surf, kitesurf, bodyboard ou simplesmente deseja curtir o dia com um visual incrível e descansar na areia.
Outra atividade bastante conhecida na região é o birdwatching. Os amantes de pássaros não vão se decepcionar, já que Comporta conta com mais de duzentas espécies de aves (o destino integra a Reserva Natural do Estuário do Sado). As cegonhas fazem parte da população. Estão no topo dos campanários, nas chaminés, nos telhados e nos postes de iluminação do centrinho comercial.
Ali, constroem os seus ninhos e alimentam os filhotes. Ao circular pela pequena vila, além das simpáticas aves, estão casinhas rústicas nas cores branca e azul que “pintam” o local e se contrapõem a lojas sofisticadas de beachwear e decoração. A gastronomia é um dos pontos altos da Comporta.
No coração da vila está o restaurante Cavalariça, recomendado no Guia Michelin.
A casa ocupa o lugar onde funcionava uma antiga cocheira. A cozinha, sob o comando do chef Bruno Caseiro, é sazonal e privilegia os produtos regionais. Alguns dos clássicos do local são os croquetes de carnes curadas de porco alentejano, bife da vazia de vaca maturada e beterraba assada com ketchup de pêra, queijo e quinoa. Ali pertinho fica ainda o Gomes —Casa de Vinhos e Petiscos.
O nome já entrega parte do cardápio; há queijos, enchidos, conservas e bons vinhos para degustar. Mas a carta inclui também bochechas de porco preto, costeletas de borrego no forno e mariscada.
O ambiente interior é acolhedor, mas em noites mais quentes, a pedida é reservar uma mesa na esplanada e observar a atmosfera pacata da vila. Para os entusiastas de vinho, uma experiência que vale a pena incluir no roteiro é visitar a adega da Herdade da Comporta.
Uma das maiores propriedade agrícolas de Portugal, com mais de 12,5 mil hectares, o lugar oferece degustação de vinhos, tour guiado pelas vinícolas, participação na colheita da uva com apanha manual e pisa da fruta, cursos, entre outras atividades.
Da praia ao campo
Comporta se percorre de carro. Não há transporte público (a estação de trem mais próxima é Grândola, que fica a trinta minutos da vila). É justamente no vai e vem da estrada que o viajante começa a vivenciar a região.
Oliveiras, sobreiros (árvore de onde sai a cortiça), vinhedos e arrozais dançam conforme o ritmo suave do vento em meio ao aroma fresco dos pinheiros e o perfume da lavanda. Há litoral, mas também turismo rural. Por que não combinar os dois em uma mesma viagem?
Fora do circuito de praia estão localizados os principais resorts do destino. Aberto há pouco mais de um ano, o Independente Comporta se inspirou numa aldeia alentejana. O local reúne 34 vilas —desde estúdios a casas com tipologia T5 (cinco quartos)— e quarenta quartos de hotel.
Num cenário de doze hectares, o hóspede pode passear de bike, fazer piquenique, participar de aulas de yoga e pilates e desacelerar (ainda mais!) no Aura Spa.
São mais de vinte tratamentos, alguns deles à base de ingredientes da região, como o arroz, sal e areia. Tem ainda o restaurante Maroto e o bar Bóia. Orquestrado pelo chef Bruno Antunes, o menu serve pratos tipicamente alentejanos.
Destaque para o arroz de coentros, feijão-verde com parmesão e crème brûlée de lavanda e maçã verde. No fim do dia, nada mais aconchegante do que se sentar em volta da fogueira, desfrutar de um drink e ver a noite chegar!
Já o Sublime Comporta é um dos resorts mais antigos e tradicionais. As cabanas da propriedade de dezessete hectares roubam a cena. São 23 quartos e 22 vilas, estas em diferentes formatos, tamanhos e categorias.
As grandes protagonistas são as bio pool suítes. Os quartos ficam à beira de piscinas biológicas (elas são limpas à base de algas, ou seja, não há tratamento químico).
As acomodações, inclusive, foram inspiradas nas casas de pescadores do Cais Palafítico da Carrasqueira, famoso ponto turístico da região.
Três restaurantes compõe o resort. O Food Circle oferece um jantar no meio do jardim, com preparo dos ingredientes ao redor do fogo para apenas doze pessoas, enquanto o Canalha Comporta dispõe de clássicos petiscos portugueses.
O elegante Sem Porta faz releituras de receitas tradicionais —as ervas e os mais de trezentos tipos de legumes e vegetais vêm da horta agroecológica.
Depois de dois ou três dias inserido na atmosfera da Comporta, o turista vai perceber que a vila é muito mais do que um destino. É uma experiência sensorial que convida à contemplação e à conexão com o que há de mais autêntico no Alentejo.
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