Manifestação da plataforma 'Casa Para Viver', em defesa do direito à habitação, contra o agravamento da crise de habitação. Lisboa, 27 de janeiro de 2024. Crédito: Miguel A. Lopes, Lusa

Manifestação da plataforma 'Casa Para Viver', em defesa do direito à habitação, contra o agravamento da crise de habitação. Lisboa, 27 de janeiro de 2024. Crédito: Miguel A. Lopes, Lusa

Condições de moradia em Portugal pioram

Pesquisa aponta para habitações mais apertadas e frias, e pessoas que relataram ter dormido na rua

15/03/2024 às 15:11 | 2 min de leitura
Publicidade Banner do empreendimento - Maraey

Dados divulgados nesta sexta (15) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para a degradação das condições de moradia em Portugal. 

Segundo o estudo "Inquerito às Condições de Vida e Rendimento", a proporção de pessoas que vivem em locais apertados, cujo "número de divisões habitáveis era insuficiente", aumentou para 12,9% —3,5 pontos percentuais que o valor registrado no ano anterior. 

Outra conclusão do estudo diz respeito a pessoas que vivem em "condições severas de privação habitacional", que também aumentou para 6% —mais 2,1 pontos percentuais que o identificado em 2020, quando o resultado foi de 3,9%.  

O frio como inimigo

O "conforto térmico" nas moradias em Portugal também não apresenta resultado muito melhor que o quesito espaço. 

Os dados indicam que 20,8% da população vivia, em 2023, em locais sem capacidade financeira para manter a moradia "confortavelmente quente". Novamente, houve uma piora no resultado, registrando uma subida de 3,3 pontos percentuais. 

Em 2022, Portugal era um dos cinco países da União Europeia em que esse conforto térmico nas casas teve o pior resultado. Registrou-se, naquele ano, uma taxa de 17,5% do indicador —resultado que era quase o dobro da média europeia, que foi de 9,3%. 

O estudo divulgado pelo INE aponta que a situação é mais grave quando se considera que, em geral, muitas pessoas não tinham o mínimo conforto térmico por razões financeiras. Isto é, não poderiam arcar com os custos de calefação do ambiente. 

Constatou-se, ainda, que 21,6% dos moradores viviam numa situação em que o alojamento não era "suficientemente quente" no inverno por outros motivos, e que 38% viviam em locais que não eram "adequadamente" frescos no verão. 

Dormindo na rua

Durante a pesquisa também se ouviu pessoas que relataram ter sido necessário pernoitar em alojamentos (privados ou coletivos), na rua ou em espaços públicos. 

Por não terem onde ficar, 4% dos ouvidos com 16 anos ou mais disseram já ter passado por pelo menos "uma situação de dificuldade habitacional" —3,2% delas precisaram ficar temporariamente nas casas de amigos ou familiares. 

Os principais motivos para essas dificuldades, segundo os relatos, foram “problemas de relacionamento ou familiares” (39,6%) e “problemas financeiros” (19,1%).

Jornalismo verdadeiramente brasileiro dedicado aos brasileiros mundo afora


Os assinantes e os leitores da BRASIL JÁ são a força que mantém vivo o único veículo brasileiro de jornalismo profissional na Europa, feito por brasileiros para brasileiros e demais falantes de língua portuguesa.


Em tempos de desinformação e crescimento da xenofobia no continente europeu, a BRASIL JÁ se mantém firme, contribuindo para as democracias, o fortalecimento dos direitos humanos e para a promoção da diversidade cultural e de opinião.


Seja você um financiador do nosso trabalho. Assine a BRASIL JÁ.


Ao apoiar a BRASIL JÁ, você contribui para que vozes silenciadas sejam ouvidas, imigrantes tenham acesso pleno à cidadania e diferentes visões de mundo sejam evidenciadas.


Além disso, o assinante da BRASIL JÁ recebe a revista todo mês no conforto de sua casa em Portugal, tem acesso a conteúdos exclusivos no site e convites para eventos, além de outros mimos e presentes.


A entrega da edição impressa é exclusiva para moradas em Portugal, mas o conteúdo digital está disponível em todo o mundo e em língua portuguesa.


Apoie a BRASIL JÁ

Últimas Postagens