Militares deixando aeronave. Crédito: Agência Europeia de Defesa, divulgação

Militares deixando aeronave. Crédito: Agência Europeia de Defesa, divulgação

Despesa militar em países da Otan, sem contar os EUA, cresce 32% desde 2014

Aumento de investimentos tem como 'pano de fundo' corrida armamentista com Rússia e China

13/02/2024 às 13:46 | 2 min de leitura
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Os países da Organização do Tratado do Atlântico norte (OTAN), excluindo os Estados Unidos (EUA), aumentaram a despesa militar total em 32% desde 2014, revela o Balanço Militar 2024, publicado nesta terça (13) pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. 

O nível de investimento em defesa que indica que há uma corrida às armas com Rússia e China.

De acordo com o relatório publicado anualmente pelo centro de estudos britânico, estas despesas, cujo aumento coincidiu com a invasão da Crimeia (Ucrânia) pela Rússia, "estão apenas a resolver problemas de longa data e há sinais de que a inflação continua a ser uma preocupação, com os custos de alguns tipos de munições a mais do que duplicarem”.

Outra preocupação é a falta de capacidade “evidente" dos países ocidentais para acompanharem a procura de mais equipamento militar e munições, reforça o instituto, em comunicado.

Esta corrida do Ocidente às armas está a ser acompanhada pela China e Rússia, que dedicam atualmente mais de 30% das despesas públicas ao setor da Defesa.

No total, continua o  Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, a despesa mundial nesta área aumentou 9% em relação em 2022 e deverá crescer ainda mais em 2024, com base nos compromissos já anunciados publicamente.

São 12 os países que fazem parte da OTAN: Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Reino Unido e Estados Unidos.

Artilharia e defesa antiaérea 

Os autores do relatório constataram que, embora alguns países estejam a adotar novas tecnologias, como planadores hipersónicos e mísseis de cruzeiro, ou munições de ataque direto, também recuperaram o interesse por equipamento mais tradicional, como artilharia e defesa antiaérea.

Estados Unidos e China também investem novamente em armas nucleares, em especial no aumento de silos de mísseis e modernização de ogivas e sistemas de lançamento, refere o Balanço Militar 2024.

O relatório do instituto, fundado em 1958, adianta que a guerra na Ucrânia resultou em perdas avultadas de equipamento das duas partes, com a Rússia a ter de recorrer a tanques que estavam armazenados para compensar os mais de 3 000 veículos de combate que teria perdido em batalha.

Pelo contrario, a Ucrânia tem se beneficiado do apoio dos aliados ocidentais para se equipar com armas mais modernas e avançadas, e ao mesmo tempo desenvolveu internamente soluções para atacar a frota russa do Mar Negro, nomeadamente através de veículos marítimos autónomos.

O Balanço Militar 2024 é a 65.ª edição do relatório, que inclui dados atualizados sobre as capacidades militares, inventários de equipamento e orçamentos de defesa de 173 países e faz uma análise região a região dos principais desenvolvimentos da política e da economia da defesa.

Com a Agência Lusa

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