Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente Lula. Crédito: Ricardo Stuckert, PR

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o presidente Lula. Crédito: Ricardo Stuckert, PR

Diplomatas brasileiros aceitam proposta do governo de reajuste de salários

Aumento de 23% será implementado em duas parcelas anuais, em janeiro de 2025 e maio de 2026

26/08/2024 às 08:34 | 2 min de leitura | Brasil
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Os diplomatas brasileiros —que pela primeira vez na história sinalizaram uma possível greve da categoria— aceitaram a última proposta do governo federal de reajuste salarial e, tudo aponta, irão encaminhar o fim do indicativo de paralisação, aprovado no último dia 12.

Por ora, o indicativo de greve e estado de mobilização permanente continuam. A previsão é que a continuidade ou não do movimento seja definida em reunião ainda sem data marcada, segundo informou à reportagem a assessoria do sindicato da categoria.

A ausência de um acordo entre diplomatas e o governo ameaçava pôr em xeque a imagem do Brasil em importantes eventos mundiais, como o G20, Brics e COP-30. 

Já serviços essenciais, como o atendimento à comunidade brasileira no exterior, ficariam resguardados, segundo afirmou à BRASIL JÁ o então presidente do Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical), Arthur Nogueira.  

Os pontos-chaves do impasse entre a diplomacia brasileira e o governo federal

Em reunião na quinta (22), como adiantou a BRASIL JÁ, a classe deliberou sobre a oferta do Executivo e concordou com 23% de aumento para todos os cargos, menos para o de terceiro-secretário, que é a porta de entrada da carreira diplomática. 

Os terceiros-secretários, hoje, recebem 21 mil reais de salário, que vai aumentando ao longo dos anos e conforme ascensão na carreira. A primeira promoção dos diplomatas para segundo-secretário ocorre após dois anos do início do trabalho no Itamaraty.

Em nota, a ADB Sindical, que conduziu as negociações com o governo, afirmou que "o aumento [de 23%] será dividido em duas parcelas anuais a serem implementadas em janeiro de 2025 e maio de 2026". 

No caso dos terceiros-secretários, o comunicado informa que a proposta contempla um reajuste de 7,8%, que é considerado insuficiente pela categoria.

Diplomata Alessandro Candeas é o novo cônsul-geral do Brasil em Lisboa

Por terem sido deixados de fora, a ADB Sindical afirmou que irá negociar para os terceiros-secretários "o aumento de diárias e a criação de mecanismos para compensação de horas extras". 

Ao apresentar as reivindicações ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, o Itamaraty e a ADB Sindical também combinaram um cronograma com extensão de um ano para que seja redigida uma lei do serviço exterior e da reestruturação da carreira diplomática. 

Também foi incluída na proposta a reforma do regime jurídico do Itamaraty, que mira a modernização do serviço exterior brasileiro e, segundo a ADB Sindical, tornar carreira diplomática mais eficiente e dinâmica. 

Para o sindicato, são necessárias mudanças para a promoção da diversidade e inclusão dentro do corpo diplomático, além da melhoria do fluxo de progressão dos servidores. Além disso, se pleiteou a adequação salarial e condições justas para os níveis hierárquicos no Itamaraty.

Eleições no sindicato

Em paralelo à assembleia que definiu o futuro greve também houve eleições do sindicato. Foram registrados 744 votos, que acabaram dando a vitória à chapa MRenova, com 51,9%. O novo presidente da ADB Sindical, portanto, é o diplomata Gustavo Buttes. 

A nova diretoria assumirá as funções em 25 de novembro próximo.  

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