O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia de países africanos de língua oficial portuguesa, os chamados Palop, vai se expandir este ano.
Além disso, segundo projeções divulgadas nesta terça (22) pelo fundo, em 2025 —com exceção da Guiné Equatorial—, os outros países de língua portuguesa manterão ou vão acelerar o crescimento no próximo ano.
Os Palop são, ao todo, seis países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Com relação a Angola, o FMI afirma que embora haja crescimento esperado de 2,4% este ano e aceleração para 2,8% em 2025, essa alta está abaixo da média regional. Significa que o crescimento registrado em Angola ficará abaixo não só da média da África subsaariana, mas também do grupo de países exportadores de petróleo.
Enquanto as economias da região vão crescer, em média, 3,6% e 4,2% neste e no próximo ano, os exportadores de petróleo deverão registrar uma expansão de 2,7% e 3,2% em 2024 e 2025, acima de Angola, o segundo maior produtor da África subsaariana, numa lista de exportadores de petróleo onde estão também Nigéria, Gabão e Guiné Equatorial etc.
O relatório não apresenta uma análise detalhada sobre as economias africanas, já que se refere à economia mundial, mas ainda assim revela alguns números sobre o cenário macroeconômico para todos os países.
Assim, o fundo prevê também que a inflação em Angola fique, este ano, nos 28,4%, baixando para 21,3% no próximo ano, enquanto a média da região será de 18,1% e 12,3% em 2024 e 2025.
Sobre a Guiné Equatorial, o FMI afirma que o país registrará expansão econômica, mas será o único Estado que deverá estar em recessão em 2025, ano em que segundo o fundo haverá uma queda de 4,8%.
Cabo Verde, de acordo com o relatório, deverá registrar uma ligeira desaceleração do crescimento econômico, passando de 5,1%, no ano passado, para 4,7% neste e no próximo ano.
Na Guiné-Bissau, a perspectiva é de estabilidade, com o país crescendo 5% neste e no próximo ano, depois de em 2023 ter registrado uma expansão de 5,2%.
Em São Tomé e Príncipe, as previsões do Fundo apontam para uma recuperação econômica, com o arquipélago a passar de 0,4%, no ano passado, para 1,1% este ano e 3,3% em 2025, ano em que o programa de ajuste financeiro aprovado esta semana pelo corpo técnico do FMI deverá estar em vigor.
Moçambique, por outro lado, deverá registar um ligeiro abrandamento, de 5,4% no ano passado para 4,3% neste e no próximo ano.
Com a Lusa