Marcelo Freixo e Marielle Franco. Crédito: Facebook, reprodução

Marcelo Freixo e Marielle Franco. Crédito: Facebook, reprodução

Freixo acredita que morte de Marielle será esclarecida até o fim de abril

Marielle Franco, amiga e ex-assessora de Freixo, foi assassinada em 2018 no Rio de Janeiro

29/02/2024 às 18:44

Marcelo Freixo, presidente do Instituto Brasileiro de Turismo, a Embratur, acredita que os assassinatos de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, serão esclarecidos até o fim de abril. 

Além de amiga, Marielle foi assessora parlamentar de Freixo durante mandato dele na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Em entrevista exclusiva à BRASIL JÁ nesta quinta (29), Freixo comentou a prisão, na quarta (28) à noite, de mais um suspeito de participação no duplo homicídio. Ele também falou sobre a investigação da Polícia Federal —algo que nos últimos tempos o ex-parlamentar tem evitado fazer.    

PRISÃO: Outro suspeito de participação no duplo homicídio é preso

"Eu acompanho de perto. Acho que o trabalho da Polícia Federal é excelente. Foi mais um passo no caminho de um caso que, eu acho, será resolvido até o final de abril, pela velocidade das informações. A tendência é que seja resolvido até o final de abril", afirmou Freixo. 

Dez anos antes de ser brutalmente assassinada, Marielle atuou no gabinete de Freixo como assessora parlamentar. Na época (2008), Freixo presidia uma comissão da Alerj que investigava milicianos no Rio de Janeiro. 

O trabalho resultou no indiciamento de 226 pessoas envolvidas com as organizações criminosas —inclusive políticos que, na época, exerciam mandatos. Foram cinco meses de investigação e 47 depoimentos tomados.

E se já naquela época o Rio de Janeiro vivia um problema crônico com grupos paramilitares, Freixo crê que o assassinato de sua ex-assessora —uma década depois da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)— expôs questões profundas do estado fluminense.   

"É extremamente importante que esse caso seja resolvido porque o assassinato da Marielle é um crime contra a democracia. Não só um crime contra uma vereadora. Foi um crime que, de alguma maneira, destampou um Rio de Janeiro muito profundo. Acho que a resolução desse caso vai dizer muito sobre o que virou o Rio de Janeiro nos últimos anos", afirmou. 

Como presidente da Embratur, o ex-deputado esteve nesta quinta na BTL, a feira internacional de turismo em Lisboa, Portugal. Seguindo com a análise sobre o caso, Freixo disse que a existência de alguém que desmanchou o carro usado no duplo homicídio já era conhecida, mas que investigações anteriores não avançaram.

"Essa prisão de ontem, de quem desmanchou o carro, já se sabia disso, mas as investigações anteriores não chegaram a essa conclusão enquanto estiveram na mão do Governo do Rio. Agora, nas mãos da Polícia Federal avançou significativamente. Esse caso será resolvido até o final de abril." 

Eleições no RJ

Perguntei a Freixo, então, como ele analisava as eleições municipais no Rio de Janeiro, deste ano. O ex-deputado, que concorreu a cargos no executivo carioca e fluminense —prefeito e governador, respectivamente— defendeu uma aliança ampla do campo democrático.

"Eu defendi isso[uma ampla aliança] em 2022, e defendo isso agora. Acho que as eleições de 2024 e 2026 vão ser eleições muito decisivas para o futuro do Rio. O Rio já teve seis governadores afastados. Tem um sétimo sendo investigado, nesse momento. O que eu espero é que a gente consiga uma composição de prefeitura e governo que tire o Rio de Janeiro dessa rota de relação entre crime e política, para que a gente possa ter um ambiente de desenvolvimento do Rio compatível com o papel que ele tem", disse. 

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