A obra "A Brasileira", de Isabella Navarro, já está exposta na cafeteria A Brasileira, em Lisboa - Crédito: Arquivo Pessoal

A obra "A Brasileira", de Isabella Navarro, já está exposta na cafeteria A Brasileira, em Lisboa - Crédito: Arquivo Pessoal

Isabella Navarro, uma artista brasileira com quadro no A Brasileira: 'Sou curiosa do mundo'

Antes de se dedicar à arte, a carioca se formou em Direito e hoje se inspira na vida lisboeta para pintar

20/01/2025 às 06:00 | 3 min de leitura | Cultura, Diversão e Arte
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Um dos estabelecimentos mais icônicos de Lisboa já conta com a arte de uma brasileira na parede. A artista Isabella Navarro teve uma de suas obras pendurada no café (ou cafeteria) A Brasileira, na última quarta (15), como adiantou a BRASIL JÁ no mesmo dia.

Junto com o quadro batizado por Isabella com o mesmo nome da cafeteria, outras nove telas vencedoras de concurso com o propósito de escolher os artistas que seriam celebrados no estabelecimento também passaram a ficar expostos. 

O resultado da competição saiu em novembro de 2024, no exato dia do 119º aniversário do café, em 19 de novembro, e a premiação foi usar um dos espaços mais emblemáticos e turísticos da cidade de Lisboa como galeria.  

Quadro A Brasileira, de Isabella Navarro. Crédito: Arquivo Pessoal

Participaram do concurso 38 artistas, e os vencedores foram escolhidos por sete jurados especializados. 

Em conversa com a BRASIL JÁ, a carioca Isabella falou sobre sua arte e a relação com o país que escolheu como casa desde 2018. 

Qual é a sua conexão com Lisboa? O que a cidade inspira na sua arte? 

Meu trabalho é sobre identidade, e Brasil e Portugal são minha origem. Minha avó materna era portuguesa, de Lisboa. Nasci no Rio de Janeiro, mas cresci muito próxima das referências culturais desse país. 

Hoje, moro aqui e as paisagens, arquitetura, literatura e arte portuguesas são matéria-prima para minha produção.

A sua tela tem muitas cores. Qual foi sua inspiração?

Venho de um país tropical, adoro trabalhar com cores quentes, esse trabalho foi minha representação do A Brasileira, um café lindo, no Chiado, que minha avó adorava!, repleto de história, cultura, um lugar especial, mágico, quase um cenário. Como não ter cor?

Como e quando começou seu trabalho nos pincéis? 

Meus primeiros cursos de pintura foram na Escola Visual do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e eu devia ter uns 18 anos, na época. No entanto, também gosto das palavras e acabei me formando em Direito. 

Nunca deixei as artes de lado e teve um momento que optei por esse caminho. Voltei para a faculdade e estudei na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e fui aluna do mestrado na Universidade de Lisboa, onde hoje estou no doutoramento.

Isabella Navarro ao lado da estátua de Fernando Pessoa que fica na área eterna do café - Crédito: Hélder Galvão

O ano para você já começou especial com sua tela em exposição. Quais os seus planos para 2025? 

Tenho alguns planos para 2025, e começar o ano nesse espaço onde passaram artistas que tanto admiro é incrível! 

Mas, aguardem que vem muita coisa por aí. 

Quando não está criando o que você faz? 

Nos meus tempos livres, tanto no Brasil como em Portugal, eu adoro estar em família e descobrir lugares, paisagens, conhecer a produção artística local, o artesanato, as festas populares e a gastronomia. Eu sou uma curiosa do mundo. 

Arte e gastronomia andam, às vezes, em sintonia. Alguma iguaria portuguesa que te agrada? 

Adoro a comida e os doces portugueses porque são referências da minha infância. Seria injusta escolher apenas uma iguaria. 

Qual seu maior desejo profissional dentro das artes visuais?

Faço meu trabalho com dedicação, espero sempre poder expor minhas obras, Portugal é incrível, o Brasil grande… Ainda tenho muito para explorar por aí…

"A Brasileira" é um dos mais antigos cafés de Lisboa e é classificada desde 1997 como imóvel de interesse público - Crédito: Divulgação

A Brasileira

O espaço histórico e centenário ainda preserva a arquitetura e decoração originais da inauguração em 1905.  Conhecido por ser um ponto de encontro com tertúlias intelectuais, artísticas e literárias, onde escritores e artistas como Fernando Pessoa eram presença assídua.  

Foi na Brasileira do Chiado que nasceu o termo bica, que seria a abreviatura de “beba isto com açúcar”, um incentivo para tornar o café, uma novidade na época, mais agradável para os clientes. 

O concurso de pintura é apoiado pelo programa Lojas com História, da Câmara Municipal de Lisboa, e além de expor suas telas os vencedores receberam um prêmio no valor de mil euros. 

Veja as obras que venceram o concurso.

Isabella Navarro no dia do anúncio dos vencedores em novembro de 2024, data de comemoração dos 119 anos do café - Crédito: Jordan Alves

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