O Balcão de Denúncia, plataforma online lançada em 21 de maio para auxiliar imigrantes e refugiados em Portugal, já recebeu 154 queixas em apenas dez dias de funcionamento —o número equivale a 15 queixas diárias de imigrantes sobre diversos temas.
A maioria das denúncias, 52,6%, é de brasileiros, segundo Raul Manarte, do coletivo Humans Before Borders (HuBB), grupo idealizador do projeto.
"Sim, brasileiros são a maioria", afirmou Manarte à BRASIL JÁ. "As principais queixas [dos brasileiros] estão relacionadas à falta de acesso à informação ou serviços, principalmente em relação à Agência para a Migração e Asilo (Aima)", acrescentou.
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Segundo Manarte, outras denúncias estão relacionadas com a Polícia de Segurança Pública (PSP) e o sistema de saúde português. “Há algumas queixas também de violência psicológica e discriminação por parte de cidadãos portugueses”, completou.
Veja os detalhes abaixo
Entidades mais mencionadas:
. Agência para a Migração e Asilo (AIMA): 72 queixas (88,89%)
. Polícia de Segurança Pública: 2 queixas (2,47%)
. Habitação: 2 queixas (2,47%)
. Instituições de ensino superior: 2 queixas (2,47%)
. Centro de saúde: 1 queixa (1,23%)
. Particular: 1 queixa (1,23%)
. Espaço público: 1 queixa (1,23%)
Tipos de queixa:
. Falta de acesso a informações e/ou serviços: 72 queixas (88,89%)
. Outro: 5 queixas (6,17%)
. Violência psicológica: 2 queixas (2,47%)
. Discriminação racial/étnica: 2 queixas (2,47%)
Além de brasileiros, a plataforma já recebeu queixas de cabo-verdianos, são-tomenses, indianos, iranianos, ucranianos, bengalis e bielorrussos.
O que é o Balcão de Denúncia?
Uma plataforma online criada por um grupo de cidadãos portugueses, migrantes e refugiados, em parceria com o coletivo HuBB (Humans Before Borders), que visa dar voz a imigrantes e refugiados em Portugal que sofreram exploração, violação e/ou discriminação.
O objetivo principal do Balcão de Denúncia é coletar relatos de abuso e maus-tratos, compilá-los em dados estatísticos e divulgá-los para pressionar as autoridades competentes a promoverem mudanças e garantir os direitos dessa população.
Qualquer migrante ou refugiado em Portugal pode denunciar através da plataforma, mesmo que de forma anônima.